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		De: 
		Ronaldo AlvanPara: APITE-Associação dos Pioneiros da Televisão Brasileira
 
 
		Meu nome 
		completo é Ronaldo Alvan de Vasconcellos, mas eu sempre foi conhecido 
		pelo meu segundo nome, Alvan.
 
		Assinava 
		meu nome como Alvan Vasconcellos, até que na década de 70, alguém, que 
		não me lembro, achou que Ronaldo Alvan soava melhor como "nome 
		artístico".Pedi desculpas ao velho Vasconcellos e adotei meu novo nome de guerra.
 
 
		Eu nasci 
		no dia 22 de maio de 1936, na hora em que o Sol entrava no signo de 
		Gêmeos, portanto sou 100% geminiano.Nasci em casa, com parteira, como era o costume da época. Parto natural.
 A casa ficava na Rua Virgílio de Freitas n. 28, no bairro da Mooca, São 
		Paulo, Capital. Com dois meses de idade mudei-me para a Liberdade, e com 
		dois anos para uma casa na Avenida da Aclimação, 236, onde hoje existe 
		uma clínica dentária de uns japoneses.
 
 
		Na 
		Aclimação aprendi a andar de bicicleta, a jogar futebol, a namorar, e a 
		fotografar, filmar, revelar, editar, sonorizar, iluminar, etc., etc., 
		etc...Meu professor ?
 ALFREDO FOMM DE VASCONCELLOS, um dos introdutores do cinema 16 mm no 
		Brasil, meu pai.
 
 
		Minha mãe 
		se chama Wanda e está bem viva e ativa com seus 85 anos de idade.
 
		Minha irmã 
		caçula, Isabel,  também aprendeu as artes do ofício muito cedo, e 
		hoje é uma excelente apresentadora de TV (perdoe o irmão coruja)
 
		Na 
		Aclimação fiz meus estudos no primário. O Ginasial e o Colegial foram no 
		antigo Colégio Anglo-Latino, na Rua São Joaquim.
 
		Comecei a 
		mexer com imagens e sons praticamente aos 10 anos de idade, pois 
		’ajudava' meu pai nas filmagens, e com 12 ou 13 anos já me sentava diante 
		de uma moviola para editar, ou frente a uma mesa de som para gravar 
		trilhas sonoras de documentários que meu pai produzia.
 
		Em 1952, a 
		firma de meu pai -- Vascotécnica Filmes --  instalou o Laboratório 
		para processamento dos filmes da TV Paulista, iá mesmo na Rua da 
		Consolação, sede do Canal 5, hoje TV Globo.
 
		Meu gosto 
		pela Televisão vinha desde antes da sua chegada ao Brasil, pois já havia 
		assistido alguns documentários sobre a TV americana (eu tinha cinema em 
		casa), e meu pai havia feito um comercial para exibir nos cinemas sobre 
		o lançamento da futura TV Paulista, simulando um aparelho de Televisão, 
		com uma caixa vinda dos Estados Unidos e um "back projection" feito numa 
		tela transparente.
 
		É claro, 
		que o convívio que passei a ter com o pessoal da TV Paulista aumentou 
		este meu gosto pela "telinha".
 
		Mas eu 
		ainda tinha o cinema nas veias, e retardei minha entrada na TV.
 
		Em 1954 ou 
		1955, não me lembro bem, fiz um curso na TV TUPI para me familiarizar 
		com as câmeras de TV e mesas de corte.
 
		Um dos 
		meus professores foi o Luiz GalonAcho que as maiores lembranças são sempre daqueles momentos que vivemos 
		no inicio de cada coisa que fazemos na vida e meus maiores amigos foram 
		todos os que me respeitaram e todos aqueles que eu sempre respeitei 
		pelas suas qualidades humanas e profissionais.
 
 
		Na TV tive 
		muitas participações em eventos e ocasiões especiais, mas sempre ligadas 
		ao meu trabalho no cinema de 16mm.
 
		Destas, 
		duas me marcaram muito, que foram a cobertura pela TUPI da inauguração 
		de Brasília, onde fui como operador da máquina reveladora 16 mm. O Jorge 
		Kurkjian fazia o Kinescope Recording e eu revelava os filmes para enviar 
		para o Rio, onde ele era jogado no Tele-Cine, e distribuído por Link 
		Próprio para São Paulo, Belo Horizonte e Ribeirão Preto.
 
		Foi o que 
		"salvou"a transmissão da TUPI, pois o link Brasília-Belo Horizonte 
		"pifou", e as fitas de VT eram apenas 4 (quatro!!!) e não davam para 
		fazer a cobertura completa.
 
		A segunda 
		participação que foi muito marcante para mim, foi a da Transmissão em 
		Cores que a TUPI fez na década de 60, no sistema NTSC.Nesta operação eu passei alguns dias filmando depoimentos e imagens de 
		São Paulo coloridas, ao lado do saudoso Tico Tico.
 
 
		Mas o meu 
		casamento com a TV se deu em 1963, na nova fase da EXCELSIOR.É claro que entrei pela porta do cinema, no departamento que cuidava da 
		programação de filmes do Canal 9.
 
 
		Na 
		Excelsior passei por várias etapas, em São Paulo, no Rio, e finalmente 
		em Belo Horizonte, onde como Diretor de Programação consegui fazer uma 
		pequena revolução na TV mineira.
 
		Daí para 
		Salvador, onde fui responsável pela Programação da TV ARATU desde seu 
		início, em 15 de março de 1969.
 
		Por volta 
		de 1975 a TV Aratu se afiliou à Rede Globo, e eu tive a chance de 
		conviver mais de perto com seus excelentes profissionais, e participar 
		de reuniões comandadas pelo Boni, onde se discutia e se elaborava uma 
		programação de abrangência nacional que pudesse ser compreendida pelos 
		espectadores de todas as regiões do país.
 
		Foi uma 
		fase de muito aprendizado, e da qual guardo ótimas lembranças.
 
		Ainda na 
		Bahia, participei da instalação e inauguração da TV Bandeirantes - Canal 
		7, e fui Diretor de Programação .
 
		Me demiti 
		da Band Bahia para me dedicar totalmente à CÂMERA PRODUÇÕES, empresa de 
		Produção de Comerciais que eu possuía em Salvador desde 1974.
 
		Em 1982, 
		me separei após 18 anos de casado, e resolvi voltar para São Paulo.Do casamento tenho um filho e uma neta , ambos arianos como a mãe e avó.
 
 
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