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SUA SAÚDE NÃO É MERCADORIA

Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

 

A Medicina Mercantilista, como muitos podem pensar, não é e nunca foi criação da nossa sociedade de consumo. Ela sempre existiu, em todas as civilizações das quais a História tem notícia.

 

Até menos de um século passado, antes de o avanço tecnológico diversificar sobremaneira as profissões, aos filhos – homens – das chamadas “boas famílias” poucas opções existiam. Quem quisesse ser “alguém” na sociedade tinha que optar: médico, advogado, político ou padre.

 

E não seria por vocação e sim, por conveniência.

 

Dessa forma, existiram (e existem) médicos, advogados, padres e, principalmente, políticos, sem nenhuma vocação para as posições que ocupam. Como existe também, e sempre existiram, as verdadeiras vocações, os talentos natos, para exercerem a atividade que for.

 

Mas eu quero falar aqui sobre a Medicina.

 

Hoje em dia, com tantas “terapias” sem nenhuma comprovação científica, os  médicos mercantilistas estão com a bola toda. E é difícil, para os leigos, separar o joio do trigo.

 

Todos os médicos, ao se formarem, fazem o juramento de Hipócrates que, entre outros itens, diz “não fazer o mal”.

 

O médico que é médico por verdadeira vocação está preocupado apenas em sanar dores, minimizar doenças, entender o seu paciente, compreender o que lhe vai na alma e na mente, enfim, livrá-lo da dor. Da dor psíquica, inclusive, que, quase sempre, é a causa primeira da dor física.

 

O médico mercantilista quer apenas fazer dinheiro, às custas da sua dor.

 

Por isso é preciso estar atento e forte, como diria a canção popular.

 

Hoje, na saúde, há uma enorme venda de ilusões. Terapias e “medicamentos” sem nenhuma comprovação científica, procedimentos estéticos realizados por profissionais que não estão habilitados para tal, pílulas de enganação e “terapias hormonais milagrosas”. A Internet está repleta de tudo isso, e tudo vendido a preços astronômicos. Mas não é apenas a automedicação. Existem os profissionais de saúde (médicos, entre eles) que estão voltados somente para o faturamento e não para o bem estar de seus pacientes.

 

Infelizmente, as mulheres são as maiores vítimas da grande picaretagem que grassa solta nessa área. As mulheres são escravas da tal forma ideal, imposta socialmente, e são presas fáceis de duvidosos remédios para emagrecimento e procedimentos furados para resultados estéticos. Até porque são elas, as mulheres, as mais preocupadas com prevenção e saúde. Os homens, porém, não escapam. Hormônios, por exemplo, vendidos em academias de ginástica – anabolizantes – que têm sérias consequências para a saúde de quem os consome; técnicas esdrúxulas para aumentar o desempenho sexual e até o tamanho da masculinidade, também correm livres por aí.

 

O profissional de saúde que é sério e vocacionado, trabalha por você, seu paciente, e não contra você. Por isso é necessário prestar muita atenção à atitude de quem está cuidando (ou fingindo cuidar) de seu corpo. Para não embarcar nessa canoa furada de quem quer fazer de sua saúde apenas uma fonte de renda.

 

Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano é escritora, produtora e apresentadora de TV, edita e atualiza diariamente, há 23 anos, o Portal SAÚDE&LIVROS. isabel@isabelvasconcellos.com.br