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(fotos por Isabel, Tony Moya, Mr. Volpi e Roseli Zampirolli e José Reynaldo)

 

 

 

 

Orquídea na Árvore

 

Primavera (ou Bouganville)

 

Lírio Amarelo

 

Alguém sabe o nome dessa aqui?

 

Philip tomando banho

 

TOI 700 e

 

 

 

 

Downton Abbey

 

Reveillon, 2014-2015

 

 

Eliezete Luna

Ah! Que depoimento maravilhoso. Fico feliz que já esteja muito melhor e pronta para a vida - uns dias mais, outros nem tanto... mas vivendo sua plenitude. Meu abraço carinhoso 🙋‍♀️❤

 

José Eduardo Pereira Lima

Quanto 💘 amor.

 

Sonia Monteiro

Ah!O filme suscitou o choro do luto. ! Querida voce lavou a alma , mais uma vez. Esta sua psiquiatra é maravilhosa. Nos precisamos viver o luto até o fim. E você sempre muito inteligente e humana questiona se terá um fim. . O importante que voce descansou e ficou mais disposta. . Sinto muito pela perda de seu amor , querida por todos Isabel.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eddi Liu, 2014, Mulher Maravilha Velha

 

Eu, aos 17, usava óculos para parecer intelectual

 

Eu, aos 71, uso óculos por motivos óbvios

 

Eliezete Luna

Acho que ainda é "rescaldo" dos últimos acontecimentos.

Várias pessoas se sentindo como você.

Reaja!!!!!

Mas também respeite os pedidos do seu corpo. Eles refletem nossa alma também e às vezes, não fazer nada e ficar na cama é o que nos reenergiza. Beijos.

Isabel Fomm de Vasconcellos Eliezete Luna É mesmo! Obrigada, Elizete!

Fatima Turci

Minha amiga exemplo. Te admiro cada dia mais

Isabel Fomm de Vasconcellos Fatima Turci O mesmo, querida. Saudades.

 

Claudia Pacheco

Te admiro muuuito Bel❤️❤️🥰🥰

Isabel Fomm de Vasconcellos

Tb te admiro, amiga! Um grande beijo!

Parte superior do formulário

 

Ilca Moya

Adorei as duas fotos mas melhor que não gostar ou não aceitar ou sei lá a danada da terrível idade é poder entender. E ouvir e viver integralmente o que cantava La Negra quando tínhamos 17 anos volver a los diesiciete ...

Isabel Fomm de Vasconcellos  Ilca Moya Passa depressa demais essa vida, amiga!

 

José Eduardo Pereira Lima

É isso aí, minha guerreira. É por isso que eu a admiro.

 

 

 

 

Raquel Biorke

Sabias palavras. Mas será mesmo que os discípulos da besta vão aprender agora❓

Isabel Fomm de Vasconcellos  Raquel Biorke Infelizmente, acho que não, amiga.

 

Lourdes Novello

Que lição ! Amei

 

Carmen Vitória Amadi Annunziato

Parabéns Isabel !!! Compartilhei

 

 

 

 

Maria De Fatima Amichi Garcia

Que lindoooo vocês dois, unha e carne🙏🙏🙏🙏❤️❤️❤️

 

 

 

 

 

Lourdes Novello

Parabéns Amei

 

Manoel Ochoa

Atacaram a democracia. Bateram até em policiais. Destruiram obras de arte pertencentes ao estado brasileiro. Tudo isso com a conivência de certos bandidos travestidos de autoridades. Está na hora de responsabilizar criminalmente quem ajuda, prevarica ou financia essa barbárie.

 

Isabel Fomm de Vasconcellos  Manoel Ochoa Sem dúvida. Estavam sendo tolerantes com acampamentos, manifestações, etc. Mas agora não serão mais. Agora o governo federal vai cair matando em cima deles. Deram um tiro no pé. E muita gente que votou no ex, agora se arrepende, pode crer, é o começo da morte política desse monstro.

 

 

Philip com Elizabeth II

 

Meu amor e eu, selfie antes das selfies, com um baita câmera de vídeo no começo dos aos 1990.

 

Aconselhando. 2010.

 

Sonia Monteiro

Que amor maravilhoso e infinito!!! E assim que você é, uma mulher que encontrou a alma- gêmea e a respeita através do tempo . Querida Isabel, voce escreve o que sente simplesmente, mas acaba dando um exemplo do que E a mulher Leal ao seu amor. .Graças A DEUS, voce foi abençoada por ter um homem como o seu Mauro Caetano. Ele te ajudava; te complementava em tudo. Era muito ativo, por isto que choro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Dia 1 da Reconstrução

 

 

 

Vídeo "Liberdade" - Dia 1 da Reconstrução,

brindando com amigos na Janela da Paulista.

Stela Maris Grespan - Maravilhoso o vídeo de ano novo!

Tuas crônicas diárias, também estão muito gostosas de ler. Férias, o ócio criativo e necessário. Beijo

 

 

 

 

1966, Nossa lancha, Velho Vasco, Beth Krausz e eu

 

1980, eu esquiando

 

1983, subindo o Rio Embu

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

fotos: O Universo pelas lentes do Dr. Jose Reynaldo Walther de Almeida.

 

 

 

 

 

Sonia Monteiro

Querida Isabel voce e super dotada. Para escrever desta forma magnífica, só podes ter um coeficiente intelectual superior.

Parabéns!! E FELIZ ANO NOVO Querida !!!!!

 

Mário Bock

Muito bom seu raciocínio, e o texto, parabéns. Com relação às fotos, deixa comentar uma coisa, que vai te chocar - elas são falsas! De verdade, não bem fotos mas a nitidez, o contraste e as cores. Tem um programa automático em que se baixa as fotos lá e que, mesmo as cinzinhas e escuras saem assim. Ficam lindas e espetaculares, mas não correspondem à realidade, eu não gosto.

Isabel Fomm de Vasconcellos  Mário Bock Oi, amigo. Vou pedir um comentário sobre as fotos ao Neuro Astro Jose Reynaldo. Zé?

 

Neuro Astro Jose Reynaldo

Caro Mário. As fotos são minhas e absolutamente verdadeiras. Como você deve saber, as fotos em astronomia são obtidas da soma de muitas fotos, de modo que os fotos se somam. Obviamente são necessários programas que lidam com as imagens. Mas, eu jamais crio imagens ou cores que não foram obtidas pelos frames obtidos. Sou conservador. Abraço.

 

Neuro Astro Jose Reynaldo

Belíssimo texto. Obrigado por usar as minhas fotos!!!

Isabel Fomm de Vasconcellos  Neuro Astro Jose Reynaldo Sou eu quem tem que agradecer, Zé!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Silvia Serpe

Q fofura!

Cassiana Veras

Que fofurinha

Maria Sidney Magro Reinoso

Muito.fofa

Sonia Monteiro

Graças a Deus!!!! Eles são carinhosos e muito fofinhos. Eu tive um periquito australiano,na minha juventude mas vivia na gaiola

 

Johanna Angel

Feliz 2023.

Isabel Fomm de Vasconcellos   Johanna Angel Pra vc também, querida!

 

Betty Vidigal

Como chegaram a você? Há quanto tempo?

Isabel Fomm de Vasconcellos  Betty Vidigal Eu os comprei pela Internet no Criadouro Aves Mansas, pela mão do Lucas. Vieram numa caixa com serragem e de Uber. Lá também comprei a casinha deles e os suprimentos. www.avesmansas.com.br

Home - Aves Mansas

Philip e a Elizabeth I chegaram no final de setembro. Elizabeth II em outubro. Mas elas morreram, tadinhas. Embora tenham recebido os mesmos cuidados que dispensei ao Philip. Elizabeth III chegou no final de outubro e, graças a Deus, está maravilhosa, sadia e esperta, como o Philip!

Betty Vidigal   Isabel Fomm de Vasconcellos, e de que tamanho eles chegam?

Isabel Fomm de Vasconcellos

Sim, Betty, já com penas, mas muito pequenos, baby birds. Tinha que lhes dar papinha na seringa, mamadeira. Filhotinhos ainda...

 

Égila Silva

Agora você tem duas companhia. É um amor tão grande por essas criaturinhas néh amiga?!

Isabel Fomm de Vasconcellos  Égila Silva Muito amor, querida, eles são sensacionais!

Hoje mudei de quarto a casinha para poder colocar inseticida na enorme Belladona do escritório do Caetano que estava atacada por aquelas minpúsculas e invisíveis aranhinhas que fazem suas teias (também quase invisíveis) no caule e em torno das folhas da plantas. Deixei as janelas abertas e agora acabo de voltar a casinha pro lugar. Ficaram toda a manhã empoleirados no meu ombro e na minha cabeça. Fui tomar banho, o Philip voltou pra casinha, mas Elizabeth veio se esconder na sala. Depois, surgiu toda linda andando pelo tapete do banheiro... de morrer de rir! Agora estão os dois na casinha. Daqui a pouco, aparecerão aqui no meu escritório. Lindos!

 

 

 

Papa Francisco e Lula

 

The Beatles

 

 

Lula, Janja, Lu e Alckimin - desfile 2023 janeiro 01

 

 

Lula, Janja, Lu e Alckimin - Posse - 2023 janeiro 01

 

 

Manoel Ochoa

Bel teu texto está definitivo. Pleno e coeso nas ideiais expostas. Uma grande reflexão política. Só não assino embaixo porque seria pretensão minha escrever como vc escreve. E eu sei que escrevo bem. Esse texto, além de tudo, é uma peça literária. Continuei reflexionando. Agradecemos!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Emanuele com Elizabeth

 

Jacinta com Philip

 

Philip na Árvore da Felicidade

 

Wanda, minha mãe, 1945

 

 

Carlos Cesar Melo

Tenho o maior prazer e satisfação , de poder estar fazendo os serviços de manutenções, Na companhia da Dona Isabel Filipinho e Elizabeth isso é bom demais

 

 

 

 

 

 

 

 

1980, década, Volpi, ator na TV Bandeirantes

 

Caetano e Volpi, 2000, lançamento do meu livro "Histórias de Mulher"

 

2005, Quadro do Volpi (com os vinhos Volpi da Salton) no meu programa Saúde Feminina na Rede Mulher de Televisão.

 

2011, Lançamento do meu livro "Mergulho na Sombra", na FNAC Paulista.

 

No programa de rádio dele, 2015

 

Natal de 2018

- Volpi, Caetano, Vera, eu, Vinicius e Zilar

 

Réveillon de 2019-2020, no nosso jardim da Paulista, com Joaquim Carlos.

 

Réveillon de 2021-2022 com Emerson Lisboa.

 

Julho, 2022, gravando com Drs. Silvio Cardoso e June Melles Megre

 

Gravando com Dr. Marcello Pedreira, novembro 2022

 

 

(muitas curtidas e a honra de ter Gabriel Priolli marcando a postagem com um "Amei!")

 

Wagner Sting

Uma bela declaração ao amigo Marcos Volpi . Trabalhamos juntos na Rede Mulher. Um ser inquieto. Abs

 

Sonia Monteiro

Que coisa linda de se ler. Émocionou-me e agora lagrimas escorrem de meus olhos. Grande homem o Sr Marcos Volpi e grande amigo. Isto que e amizade que DEUS QUER que tenhamos P.arabens querida Isabel, por ter cultivado esta grande amizade

 

 

Natal de 2021

 

Na Janela

 

Roseli Professora

 

2022, maio, 13. Nathan e Roseli me presenteiam, no meu 71. aniversário, com um jantar no Reserva.

 

Lançamento do meu 20. livro, Todas as Mulheres São Bruxas III, 2022, maio, 16.

 

Com a irmã, Suely

 

Gravando com Dr. Francisco Assumpção, 2022, julho, 15.

 

Lançamento do meu 21. livro "Uma História de Amor e TV" 2022, novembro, 18.

 

Gravando com Dr. Paulo Jatene, 2022, novembro, 23

 

Celebrando a volta da Liberdade, 2023 janeiro 01

 

 

 

Naomi Marder

Beautiful story. Gorgeous pictures!

 

Roseli Zampirolli

Minha queridíssima mais que amiga Isabel Fomm de Vasconcellos ... a natureza nos uniu em plena pandemia, para que nós pudéssemos juntas nos apoiar. Não é apenas uma biografia, mas um romance pós terapia. Você me fez descobrir... fortalecer... empoderar!!! Gratidão pela homenagem!!! Amo você!!!

 

Suely Zampirolli Or

Maravilhosa homenagem Isabel querida... É uma honra percorrer essa jornada (existencia) com minha amada Amã (anjo nas nossas vidas) é com você Isabel que conheci através de Rose embora já a conhecia das longas conversas que tinha com a Rose que me contava a sua linda estória de amor e através dos seus livros que li várias vezes e me tornei fã. Você é muito especial!

 

Maria Helena Sprovieri

Oi Izabel adoro seus textos e sua motivação pela vida mesmo sem seu amor Feliz 2023 um beijo

Isabel Fomm de Vasconcellos

Maria Helena Sprovieri Obrigada, querida. Um feliz 2023 pra vc tb!

 

 

Mauro papeia com o Padre Prefeito do Seminário de Pirapora do Bom Jesus, 1983, novembro.

 

Café da Manhã na Casa das Rosas, 2013

 

 

 

 

Ilca Moya - Minha amiga amada um ano de muita luz e ele é 7 o número das bruxas. Será um ano muito bom.

Amo vc é sim Mauro está no maior traque com o emérito. São dois??????

Bel – Oi, querida. Também te amo. Um 2023 maravilhoso pra você!

 

Chris Ramsthaler : Que alegria encontrar aqui um texto emotivo, sério, reflexivo e amoroso! Tudo isso junto, Isabel, é para poucos. Poucos têm essa habilidade e muitos, como eu, podem usufruir do seu talento. Maravilha! Caetano, onde estiver, estará orgulhoso de você!

 

Cinthya Maggi: Querida Isabel! Que saudades do Caetano! Admirava o companheirismo dele com você! Sempre presente e atento para te ajudar a brilhar! Bonitas palavras e lembranças! Feliz 2023!

 

Sonia Monteiro

Feliz Ano Novo querida mestre Isabel Fomm de Vasconcellos ! Muita e muita saúde, desejo que voce por muitos e muitos anos , com muita saúde, paz e felicidades. Nos amigos estamos tendo a honra de ler mais um texto maravilhoso de sua autoria. . É este mundo é uma passagem , que poucos reencontram a sua alma - gêmea. Você a encontrou. E o Sr Mauro Caetano já partiu Sinto muito ! Você é muito forte !!

 

Joaquim, 1. Aniversário, 1944

 

Joaquim, Alvan e Caetano, 1987

 

Joaquim, no Lançamento do Nosso Livro "O Amor Me Esperava em África", escrito com Luciene Figueiredo

(1975-2016)

 

 

Lançamento 2a. edição "O Fantasma da Paulista" - na calçada - Depois em casa: Joaquim, Damião, Irineu, Weber, Karen, Volpi, Sheila, eu e Caetano. 2019, dezembro, 08

 

Caetano Joaquim, Damião e eu. 2020, novembro.

 

 

Roseli Zampirolli, Sheila Santos e outras 32 pessoas

 

Edmar César

Parabéns Belas Palavras ... Vcs São Lindos .... Bjs

Isabel Fomm de Vasconcellos Edmar César Obrigada, Edmar!

 

Maria De Fatima Amichi Garcia

Parabéns, belo texto, família é muito booom principalmente qd são solidários,presentes na vida da gente 🙏🙏🙏💕💕💕

 

Diva I. Jacinto

Feliz Ano Novo ! 🙏

 

Sueli S Nasi

Ahhh Ser Maravilhoso Joaquim Carlos Ruivo um privilégio poder tê-lo como Amigo na vida hoje, sempre e depois também 🙌🖐️🤜🤛🥰😍❤️‍🔥🔥🖤🔥

 

Ilca Moya e eu fomos, de Minduim, à Bahia, em 1973. Foto by Tony (saudades!) na Barra.

 

 

(Odete e Bibi)

 

(Velho Vasco e Julieta, 1980)

 

(Vasco, A Mesa)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fernanda D'Addezio

Concordo em gênero, número e grau. 😊❤️🌿🐦 Lindo texto, linda reflexão.

Isabel Fomm de Vasconcellos  Fernanda D'Addezio feliz que tenha gostado. Obrigada.

 

Roseli Zampirolli

Que lindo Bebel!!! Somos todos um!!! 😍🐦🌾🐾

Isabel Fomm de Vasconcellos   Roseli Zampirolli Sim, querida. Somos um, somos iguais, somos feitos do pó das estrelas, estamos interligados e a morte é quem nos iguala. A nossa cultura, porém, individualista, esqueceu isso.

 

Milton Martins

Muito bom, também sou chegado nesses princípios que vc explana.

Isabel Fomm de Vasconcellos  Milton Martins Legal, Milton, ter você por aqui novamente. Um super 2023 pra ti, meu amigo!

 

Mário Bock

Que bacana, belo texto e fotos, acho que você ê da área...só um comentário, lembra que nos nossos tempos o pessoal falava que ter plantas dentro de casa fazia mal? Por que será.

Isabel Fomm de Vasconcellos   Mário Bock intriga da oposicao

Mário Bock   Isabel Fomm de Vasconcellos ah

Isabel Fomm de Vasconcellos  Mário Bock Na verdade te dei uma resposta apressada porque ainda não ligara o computador e não gosto de escrever no celular. É o contrário: elas respiram gás carbônico e exalam oxigênio. Além disso, respiram também metano. Ou seja: purificam o ambiente onde estão. E tem mais: sabe aquelas plantinhas que, pelas folhas (como os antúrios e as Orelhas de Elefante, por exemplo) soltam gotículas de água? Podemos pensar que aquela água é a mesma que elas absorveram da terra. Mas não é. Elas transformam oxigênio em água. Não é maravilhoso? Só fazem bem.

Mário Bock  Isabel Fomm de Vasconcellos que legal! Esses professores.Parte inferior do formulário

 

Sonia M Imamura

Que maravilha.

Amei cada palavra.

Eu convivo com poucas irmãs plantinhas mas com uma grande familia canina. Dois idosos estão ainda dormindo na minha cama. Amo minhas plantinhas e adoro meus companheiros

Isabel Fomm de Vasconcellos  Sonia M Imamura Obrigada, querida. Um beijo!

 

Maria Sidney Magro Reinoso

Amém, lindo Texto 😘🌹🌷🥀

Isabel Fomm de Vasconcellos  Maria Sidney Magro Reinoso Obrigada, querida Ney!

 

Joaquim Carlos Ruivo

Oi Bel adorei as suas palavras foram maravilhosas, um feliz ano novo pra vc muita saúde , paz e felicidades pra vc. Mil beijos pra vc

Isabel Fomm de Vasconcellos Joaquim Carlos Ruivo Que bom que gostou, querido.

 

Lenira Cirilo

Bom dia um ótimo ano Novo cheio de realizações abração fique com Deus

 

Isabel Fomm de Vasconcellos

Lenira Cirilo Bom dia, Lenira. Um ano novo maravilhoso, de paz e prosperidade, para você e para os seus.

❤️

Lilian Lage

Lindas suas plantas, cuidadas com muito amor!

 Isabel Fomm de Vasconcellos

Lilian Lage 💙🐦🌷 Um beijo, querida! Obrigada.

 

 

 

(foto by Roseli Zampirolli)

 

 

Eduardo Baffa

Um feliz 2023, Bel! Beijos.

Isabel Fomm de Vasconcellos

Eduardo Baffa Obrigada, querido. Pra você também!

 

Augusta Maria Marinho Pinheiro

Feliz Férias!!! Beijos

Isabel Fomm de Vasconcellos

Augusta Maria Marinho Pinheiro Obrigada, Augusta.

 

Salete Zanini Malics

Feliz Ano Novo! 🍾🥂

Isabel Fomm de Vasconcellos

Salete Zanini Malics Muito obrigada! Pra vc tb

Salete Zanini Malics

Isabel Fomm de Vasconcellos obrigada 😘

 

Karin Esteves

Que delícia e que honra ter nossos nomes mencionados em seu sempre belíssimo texto. Mais honra ainda ser sua amiga! Te amamos!!! ❤️🌹

Isabel Fomm de Vasconcellos

Karin Esteves Também te amo, querida amiguinha, minha flor!

 

Mariah Oliveira

Feliz 2023 amiga

Isabel Fomm de Vasconcellos

Mariah Oliveira Obrigada, Mariah. Pra você também!

 

Isabel Moura

Querida xará, o que dizer deste texto…..Uau! Super beijo.

Isabel Fomm de Vasconcellos

Isabel Moura Obrigada, xará. Feliz que tenha gostado!

 

Cassiana Veras

Feliz 2023

Isabel Fomm de Vasconcellos

Cassiana Veras Obrigada, querida. Pra ti tb!

 

Mário Bock

Estou contigo com tudo o que disse mas esse amor pelo Lula não combina com você, uma senhora refinada, chique, letrada e moradora em belo.apartamento em uma das regiões mais valorizadas e bem servidas de São Paulo. Você está mesmo acreditando que vai resolver todos os problemas do brasileiro, ainda mais pelo seu péssimo histórico? Quer saber, tou mesmo com muito medo de muita coisa que vai acontecer por aqui por quatro anos ou mais, meu Deus que frio na espinha. Boa sorte para nós!

Isabel Fomm de Vasconcellos

Mário Bock Pára com isso, meu amigo. Tudo o que disseram (e fizeram) com o Lula não passa de calúnia. Fica sossegado. Teremos um ótimo governo e, como ele mesmo disse à Gleise, antes da eleição: "Esse meu governo não será um governo do PT" - O PT traiu Lula, traiu todos os brasileiros, mas é o partido dele e, sem ele, não se elegeria. Fazer o que, né? Mas ele vai dar os necessários murros na mesa e conter o radicalismo e oa síndrome de Robin Hood que grassa solta no PT. Fica em paz. Com Lula, seremos felizes outra vez!

Mário Bock

Isabel Fomm de Vasconcellos estou com muito medo, e muitos amigos também. Bom, eu e família temos passaporte estrangeiro.

Mário Bock

Isabel Fomm de Vasconcellos na torcida prá ser tudo de bom. De verdade estou em pânico. Abraços!

Isabel Fomm de Vasconcellos

Mário Bock Sossegue, amigão. Daqui a 4 anos você verá que tinha razão (rimou!)

Mário Bock   Isabel Fomm de Vasconcellos I hope so

Mário Bock

Acabei de ver que botaram fogo em uma loja da Havan na Bahia, e os lulistas, comunistas né, se vangloriando disso. Você vai ver como vai ser este país no comando do barba e não vai ter gostado de ter votado nele por dó dos miseráveis.

Isabel Fomm de Vasconcellos

Mário Bock Não voto no Lula por dó dos miseráveis. Voto nele porque ele foi o melhor presidente do Brasil em toda a história dessa república, um antro de aproveitadores. Sou monarquista. Queria Dr. João no poder e Lula como primeiro ministro. Comunistas não existem mais, faz tempo.

Mário Bock   Isabel Fomm de Vasconcellos sim!

 

Sonia Monteiro

Graças a Deus que deu tudo certo E você está com um marca-passo Salvador. . O que o amor faz conosco. , mulheres que amam e respeitam demais os maridos. . E o amor verdadeiro é assim.... Que bom que voce esta no Apartamento com as lembranças constantes da sua alma- gêmea. . Todos nos estamos na torcida , para que cada vez mais consiga superar tanta dor. . Graças a Deus que voce é muito inteligente e equilibrada. . Força, querida por todos , Isabel Fomm de Vasconcellos

Isabel Fomm de Vasconcellos

Sonia Monteiro Obrigada, querida Sonia. Um beijo no seu coração.

Sonia Monteiro  Isabel Fomm de Vasconcellos Ai Meu Deus! Quanta emoção em receber o seu beijo em meu coração! O meu beijo em seu coração maravilhoso , querida ISABEL.Te venero!

 

Rosario Cordeiro

Olá querida Isabel Feliz Ano Novo saúde e feliz ferias se cuida gratidão.

Isabel Fomm de Vasconcellos

Rosario Cordeiro Um beijo, Rosario!Parte inferior do formulário

 

Marina Souza Meuli

Que realmente tenhamos um 2023 feliz e abençoado , pois o povo não aguenta mais sofrer…

Aproveita suas férias, a minha começou com COVID e agora também o maridão kkkk e viva o ano novo

Isabel Fomm de Vasconcellos

Marina Souza Meuli Viva 2023! Melhoras pra ti e pro maridão. Aproveite a estadia aí nos EUA!

 

Naomi Marder

Will the book also be available in English?

Isabel Fomm de Vasconcellos

Not yet. But... I hope so!

Naomi Marder

Isabel Fomm de Vasconcellos I am Nathan’s older sister. I live in Israel

Isabel Fomm de Vasconcellos  Naomi Marder I know. Roseli sent your text to me, about your father, and I loved it! Tks! She always talks to me about you.

Naomi Marder

Isabel Fomm de Vasconcellos that is heartwarming. Thank you for sharing

 

 

 

Chamada das Férias 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leida HeerenVer uma pessoa inteligente como você aceitar esse bandido e seus comparsas para governar nosso Brasil!

Isabel Fomm de Vasconcellos

Leida Heeren Você, querida amiga, está com a Mentira, vestida com as roupas da Verdade. O que dizem dele é apenas mentira.

Leida Heeren

Isabel Fomm de Vasconcellos , a mentira irá desvendar seus olhos em breve! Sinto muito!

Isabel Fomm de Vasconcellos

Leida Heeren Penso que seja o inverso: você terá, por Presidente, o melhor que já tivemos no Brasil. Ou já se esqueceu? Ele governou para os menos favorecidos. Tirou 30 milhões da miséria absoluta. Levou luz elétrica às cidades do NE que, em pleno século XXI, estavam no escuro. Corrigiu a aposentadoria dos velhinhos. E muito mais. Soube agradar a CUT e a FIESP ao mesmo tempo! Lula é um Estadista. Por isso espalham tanta calúnia sobre ele. É respeitado (e não debochado, como o outro) pelas maiores autoridades políticas do mundo inteiro.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Chegada da São Silvestre Feminina, 2015

 

 

Mauro Caetano e eu, no Jardim da Paulista, no Reveillon 2014-2015.

 

 

Reveillon 1986-87, Marcos Mendes e Joaquim Carlos, com Caetano, na Janela da Paulista.

 

 

 

Nabil Ghorayeb

Viva a Vida !!!

Sheila Santos

Passam os dias chatos, passam os dias tristes, passam os dias alegres, a vida é assim....passagens.

Isabel Fomm de Vasconcellos

Sheila Santos como diria o meu saudoso irmao Alvan: Na vida tudo eh passageiro, menos o cobrador e o motorneiro... bom dia querida amiga.

Sheila Santos

Isabel Fomm de Vasconcellos Bom dia

Sonia Monteiro
Nossa que casal alegre e feliz Percebi e senti uma onda enorme de amor envolvendo voce e seu amor , querida ISABEL
Isabel sempre parecendo uma bonequinha linda. Adorei o vestido a flo e as pérolas. SEMPRE super - elegante !!

 

 

 

 

 

Vídeo do Nosso Natal 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sonia Monteiro

Isto querida!!!! Você está certíssima!! Deus te abençoou com um marido espetacular como você E você e uma pessoa com muita sabedoria; além de ser extremamente bela; muito humana e delicada. . Você tem uma luz enorme ! Muito obrigada por ser tão querida

 

Janete Borges de Gouvêa

É a pura verdade, quando você fala no amor verdadeiro... Quem viveu e eu vivi por 57 anos, desde os 14 anos e o meu Álvaro com 17 anos. Ele partiu meses antes do Caetano, em maio de 2021 e eu concordo com você, foi um encontro definitivo, um amor para a vida inteira e para além desta vida, impossível substituir.

 

 

 

 

 

 

 

Ilustra: Tarsila do Amaral, 1904, Coração de Jesus.
 

 

Maria De Fatima Amichi Garcia

Que Lindoooooo Isabel, maravilhoso❤️❤️❤️❤️🙏🙏🙏🙏🙏

 

 

Diário de Férias

de Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

(de 15 de dezembro de 2022 a 15 de janeiro de 2023)

 

Domingo, 15 de janeiro de 2023 14h00

ENERGIZANDO
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Nossa, gente querida! Ontem, porque coloquei aqui o link para o meu livro "O Poder e as Estrelas", resolvi dar uma repaginada nos capítulos que estão publicados no Portal SAÚDE&LIVROS. O livro inteiro: 20 capítulos, 20 subpáginas ilustradas. Achei que seria uma moleza, só uma guaribadinha... levou três horas! Das 18h00 às 21h00!

É uma história de ficção científica e confesso que me surpreendi ao relê-la. Gostei. Me surpreendi ainda mais quando cheguei ao fim e vi a data em que o livro foi concluído! Não pude acreditar! Meu Deus... Pensava que o tivesse escrito há uns 5 ou 6 anos... Foi há quase 21 anos! E ele não perdeu, em nada, a atualidade! Ao contrário. Parece ter sido escrito ontem!

 

Ler:http://www.isabelvasconcellos.com.br/LivroswOPodereasEstrelascap01.htm

Último dia de férias.

À tarde (tomara que tenha pôr do sol), vou gravar minha chamada, com o Philip e a Elizabeth e publicar a atração da segunda-feira, no Portal e divulgar nas redes sociais.

Também é o último texto do Diário das Férias, esse. Trabalhando, não há tempo pra escrever abobrinhas, publicá-las, editar fotos, ilustrá-las, essas coisas que tenho feito.

Mas é claro que, de vez em quando... estarei por aqui, não só com as postagens do Portal, mas também com algumas abobrinhas...

Muito grata aos amigos que me acompanharam nesse diário. Fiz uma subpágina Memória, no Portal, reunindo tudo o que publiquei aqui, as fotos e os comentários maravilhosos dos amigos. Na sexta, dia 20, darei destaque pra essa subpágina do Portal aqui e em outras redes.

Hoje, como finalmente fez sol, fui caminhar de manhã no jardim, fiz algumas fotos, me energizei. Já estou pronta pra enfrentar mais um ano de trabalho, com publicações diárias, escrevendo livros, gravando e editando vídeos. Já estava até com saudades dessa saudável rotina!

Tchau, queridos amigos! Que tenhamos um bom ano, no nosso país e no mundo! Que acabem as guerras! Todas, de todos os tipos, inclusive as nossas, cotidianas. Que tenhamos paz, ciência, saúde, educação e muita esperança!

Um beijo a todos e, de novo, obrigada!!!
 

Sexta-feira, 13 de janeiro de 2023 18h40
 

O PODER E AS ESTRELAS

por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

 

A 176 anos-luz da nossa Terra, mora uma estrela chamada, pelos humanos de TOI 700, na constelação de Dourado, identificada no século XVII. Três planetinhas orbitam essa estrela: TOI b, TOI c e TOI d.

Mas a xeretagem astronômica dos humanos não tem limites, graças a Deus. Assim, a NASA, desde 2018, através de um satélite telescópio que tem o mesmo nome de uma personagem maravilhosa da série Startrek Voyager, TESS (Transiting Exoplanet Survey Sattelitte), acaba de descobrir, no último dia 10 de janeiro de 2023, um quarto planeta em órbita nesse sistema: O TOI 700 e.

Esse, o e, tem quase o tamanho da terra: 95% da massa da nossa Casa e, melhor ainda, água em estado líquido e potencial para abrigar vida.

Assim sendo, pode ser que tenhamos, afinal, descoberto os nossos primeiros vizinhos cósmicos.

Mas esses estariam a 104 anos-luz de distância. Ou seja, cerca de 10 trilhões de quilômetros X 104 = 1040 trilhões de quilômetros.

Enquanto os humanos não descobrem a tal da “velocidade de dobra”, tão presente na ficção científica, será complicado dar um alô aos nossos vizinhos mais próximos.

E, pensando bem, talvez seja melhor que demore mesmo muito tempo para que os humanos cheguem a planetas vizinhos. Porque, se o fizerem, provavelmente o farão como quando chegaram às Américas, por exemplo: destruindo culturas e civilizações nativas, escravizando povos originais, barbarizando o que eles próprios – os verdadeiros bárbaros exploradores – chamaram de “primitivos”.

Primitivo é a vovozinha, ô cara!

Por tudo isso, acabei me lembrando de um livro meu, que nunca foi publicado fisicamente, mas está no meu Portal à disposição para leitura gratuita. Chama-se “O Poder e As Estrelas” e fala justamente disso: de humanos chegando a um planeta habitado e em diferente estágio de evolução. Ficou curioso? Então leia:

http://www.isabelvasconcellos.com.br/LivroswOPodereasEstrelascap01.htm

 

Quinta-feira, 12 de janeiro de 2023 21h00

DOWNTON ABBEY. COMO SE FOSSE ONTEM!
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Minha amiga virtual, Eliezete Luna, comentou no meu post de ontem: "Mas também respeite os pedidos do seu corpo. Eles refletem nossa alma também e às vezes, não fazer nada e ficar na cama é o que nos reenergiza. Beijos."

Ela estava certíssima. E eu, meio burramente, embora de férias, ainda seguindo, como eu disse que todos o fazem, as agendas ou, no mínimo, os hábitos! O que ela me disse foi, assim, uma libertação.

Ontem à noite fui dormir, como sempre, por volta das 22h00-22h30. Em vez de noticiários (eu já tinha, durante o dia, tomado um porre deles, na BBC de Londres e na Globo News) liguei a TV direto na NetFlix, onde já começara a rever a maravilhosa série "Downton Abbey". Resolvi fazer a minha maratona particular e fiquei assistindo os filmes... até as 4 da manhã, quando capotei. Uma maravilha! Era exatamente o que a minha alma estava pedindo.

Embora ambientada nas primeiras duas décadas do século XX, Downton Abbey é carregada de amor, solidariedade, sofrimento, humanidade. É claro que as relações entre as pessoas, naquele tempo e numa mansão inglesa de um conde, eram muito diferentes das de hoje. Só a guerra (I Guerra Mundial - 1914-1919) é igual a de hoje, com as mesmas brutalidades, embora diferentes armas.

Mas o amor, a humanidade, o sentimento, que permeia todas as relações são, muito provavelmente, anos luz de distância, para melhor, do que aquelas que permeiam os dramas de hoje, os filmes passados em nossa época.

Muito emocionante! Muito envolvente. Eu já tinha assistido, com meu amor, Mauro Caetano, há alguns anos, mas com legenda em português (na NetClaro) o que acaba prejudicando um pouco o total entendimento. Na NetFlix existe o recurso das legendas em inglês, som original. Muito melhor!

Acordei, depois desse porre de Downton Abbey, às 9 da manhã. Super tarde, pro meu padrão (não disse que eu também acabo escrava dos hábitos e das agendas?): normalmente, mesmo nas férias, às 6-6h30 já estou pulando da cama.

Fiz o de sempre: faxina na casinha do Philip e da Elizabeth, café, e já liguei a TV do quarto no noticiário. Fiz minha bike, musculação, alongamento, recolhi e guardei roupa, fui pro chuveiro e, em vez de vir aqui ligar o computer, voltei pra Downton Abbey.

Almocei vendo Downton Abbey. Falei com quem precisava, no What'sAPP, vendo Downton Abbey e até agora, há bem pouco tempo, estive vendo Downton Abbey. Pus os passarinhos no ombro, brinquei com eles, vendo Downton Abbey.

Chorei muito. Tanto na madrugada de ontem como no dia de hoje. Porque toda a emoção e todo o profundo sentimento que permeiam a história, fizeram-me sentir como se o meu amor tivesse morrido ontem, ontem, e não há 534 dias passados!

Ah! Que maravilhosos recursos temos nos dias de hoje, nas nossas tantas e tão variadas telas -- além dos livros, é claro, que continuam prá lá de vivos e presentes -- para lavar a alma!

Já chorei muitas lágrimas, em muitos dias, pela irreparável perda do meu amor. Mas ainda precisava chorar mais. E, muito provavelmente, chorarei por muitos e muitos dias, para o resto da minha vida. Mas, de fato e de novo, lavei a alma!

Agradeço, minha amiga virtual, Eliezete Luna, pelo sábio conselho.
Sinto-me renovada, realmente!

Um dia, minha maravilhosa amiga psiquiatra, June Melles Megre, me disse: "É preciso viver o luto até o fim".

Talvez ele, o luto, não tenha fim, afinal. O tenho vivido. Alguns dias mais que os outros. Mas com a alegria que me trazem os amigos, o trabalho, a nossa maravilhosa casa, os passarinhos (tão lindinhos, meu Deus!), as plantas sensacionais e a lembrança do meu amor, viva dentro de mim, sempre inspiração e força. É isso.

Boa noite, gente querida!
 

Quarta-feira, 11 de janeiro de 2023 12h30

NÃO HÁ DE SER SEM LUTA.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Acordei, fiz normalmente as coisas, faxina na casinha do Philip e da Elizabeth, café... Estava me preparando para ir à bike, quando baixou uma súbita preguiça... Ou não. Um desânimo, fraqueza, lá sei eu... Muito estranho. Normalmente me levanto a mil por hora, bem disposta, essas coisas... De onde veio essa indisposição? Não sei.

Lembrei-me de que o ovo é um alimento que fornece energia instantaneamente. Assim sendo, preparei um, no micro-ondas, comi e fiquei lá, deitada na minha cama, vendo os noticiários da TV. E lá estive até agora, por três horas, indisposta mesmo. Então imaginei que pudesse ser a ressaca dos últimos três dias de noticiários, com tanto horror instalado em nosso país. Melhorei.

Agora já estou aqui. Passarinhos no ombro, computador finalmente ligado, a disposição voltou, mas não tão grande a ponto de eu topar encarar a ginástica. Vai ficar pra amanhã.

O tempo chuvoso, que já dura tantos e tantos dias, a ressaca dos noticiários, deve ter sido isso.

Subitamente, porém, me invade a ideia de que talvez seja simplesmente a idade, a velhice. Ah, não! Chô, velhice! Comigo, não!

Meu primo querido, o neurologista Jose Reynaldo, um dia me falou sobre aqueles que negam a idade e eu senti uma leve insinuação, na fala dele: eu poderia estar fazendo exatamente isso. Não. Não poderia, não: eu realmente ESTOU fazendo isso. E farei sempre.

Admitir e se entregar aos grandes estragos da velhice não faz parte dos meus planos; ainda que essa seja uma luta fadada ao fracasso, lutarei com todas as minhas forças para não me deixar abater.

Nunca tive medo da velhice, até ver o que ela fez ao meu amado marido, Mauro Caetano. Aí, passei a temê-la. Mas lutarei. Como estou fazendo agora. Nada de desânimo. Nada de se deixar abater.

Por dentro, em vez de 71, eu tenho 17! No entanto, mesmo aos 17, há dias de preguiça, dias de indisposição. Então, à luta!

Ainda que hoje bastante atrasada, despeço-me aqui, caros amigos. Vou me enfiar sob o chuveiro e sair de lá renovada! À luta!
 

 

Terça-feira, 10 de janeiro de 2023

IDADE MÉDIA BRASILEIRA
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.


Fala a verdade, você sabia que no nosso país existia tanta gente ignorante e atrasada, como esses vândalos terroristas de extrema direita? Parece incrível.

É claro que a gente sabia que nosso infeliz ex presidente era um sujeito chulo, um deputadozinho de baixo clero, que nunca apresentou nenhum projeto útil na câmera e ocupou uma cadeira no Legislativo, paga com a nosso rico dinheirinho, por 27 anos, antes de dar o genial (foi para o mal, mas foi genial mesmo) golpe das redes sociais, com uma tremenda sacação de que o momento, no Brasil, pedia um "messias".

Antes, só votavam nele certos setores suspeitos da sociedade carioca. Depois que ele posou de bonzinho na Internet, ganhou as eleições e a presidência, empurrando o nosso país rumo à escuridão, por longuíssimos quatro anos.

Machista. Misógino. Mentiroso. Falso. Desumano. Sem empatia. Ignorante. Tudo de pior. Mas posara de salvador da pátria e muita, muita gente mesmo, acreditara...

Sim, porque, naquele momento, o Brasil mergulhara de cabeça nas mentiras de outro golpe da direita, um golpe que começara depondo a nossa presidente (não gosto dela, esclareço) legitimamente eleita pelas urnas.

Sim, porque, naquele momento, o Brasil acreditava, a cada dia mais, em todas as sonoras barbaridades afirmadas nas redes sociais, descaradas e vergonhosas mentiras!

Eu já esperava uma macaquice do episódio do Capitólio, por aqui. Mas juro, meus amigos, que jamais poderia imaginar, uma filial do talibã destruindo obras de arte no Brasil, ao atacar prédios públicos que são a representação dos três poderes políticos brasileiros.

Quanta ignorância! Quanta incompetência! Quanta incapacidade de agir civilizadamente, de fazer oposição pelos meios legais! Quanta burrice! Nunca imaginei que pudesse ser tamanha a barbárie no meu país!

Mas agora eu sei. Agora você sabe. E nada mais será como antes.
 

Por outro lado, nesse momento, está acontecendo uma enorme mobilização digital de brasileiros decentes (que, acredite, são a maioria) ajudando na identificação desses terroristas ignorantes.

Existem eleitores do nosso ex que são decentes também, pode crer. Nem todos são estúpidos. Todos, porém, foram iludidos, ou, a essa altura com campeonato, não mais.

Durante essa Idade Média Brasileira, que durou 4 anos, muitos eleitores desse energúmeno foram abandonando o navio, decepcionados com os escalabros diários daquele que eles puseram no poder. Por engano, mas puseram.

Agora, diante da barbárie, o nosso ex perde ainda mais eleitores e vê diminuir o grande capital político que ele trouxe das eleições (quase 50% dos votos) e que lhe daria alguma chance de ser presidente de novo, daqui a 4 anos.

Agora? Agora perdeu de vez.

Esse é o lado bom do atentado terrorista contra os Três Poderes e nossos maravilhosos museus de arte que estão em nossos Palácios.

O Mal mostrou a sua verdadeira cara.

Agora sabemos.
 

Segunda-feira, 9 de janeiro de 2023 12h30

AMOR AMPLIFICADOR
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Na adolescência fui enganada pelo pensamento cristão, aliás, pelo pensamento católico. A nossa Igreja Católica, antes de Francisco, o nosso Papa progressista, não tinha mesmo muito a ver com os geniais ensinamentos de Jesus Christo. Li uma infinidade de autores católicos, então, nessa época, quando era militante da JEC (Juventude Estudantil Católica).

Mas, lá pelos meus 16, 17 anos de idade, fui percebendo que não poderia mais me enganar: a Igreja era intolerante, machista, muitas vezes desumana, e estava a anos-luz de distância da essência do verdadeiro Cristianismo.

Entre os autores que li, então, estava Michel Quoist. E há uma citação dele da qual jamais me esqueci: "Amar não é olhar um para o outro, mas olharem ambos na mesma direção".

Nem sempre. A minha vida de longos 38 anos de amor com Mauro Caetano foi olhar, sim, na mesma direção, mas foi, principalmente olhar um para o outro.

Não que tenhamos nos tornado um casal de alienados da realidade social e política do nosso país e do mundo. Mas, apesar dessa visão, vivemos, sim, um para o outro, E não há nenhum arrependimento nisso, porque o amor que nos une é uma mola propulsora para o amor a todos e a tudo.

Por isso, ouço discordar do nosso querido Michel Quoist. O amor, entre casais, homos ou heteros, o amor verdadeiro entre as pessoas, gera, em nós, amor pelo mundo.

E, assim, sou muito grata à vida por ter nos proporcionado essa possibilidade de amplificar o amor e transmiti-lo a tudo o que nos rodeia e nos contêm.
 

 

 

 

Domingo, 8 de janeiro de 2023 19h00

 

 

DEVOLVE JÁ A MINHA CAMISA, Ô CARINHA!
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.
 

 

Ô carinha, faça o favor de me devolver a camisa da seleção e a minha bandeira auriverde porque você, terroristazinho vulgar e mal educado pelo espírito do vandalismo, não merece vestir as cores da minha Pátria.


Você, que não sabe perder! Você, que é incapaz de aceitar a democrática derrota que sofreu nas urnas. Você, que não tem a menor ideia de como funciona o equilíbrio dos poderes numa democracia. Você, que, como queria Asimov, usa a violência como o último recurso da sua própria incompetência.


Você, que não sabe o que é diálogo, não sabe o que é respeito, não sabe o que é civilidade, não sabe o que é política com P maiscúlo, não sabe nada, só sabe de seu próprio umbigo, e, como queria Brechet, o seu fuzil é o seu argumento.

 

Em última instância, você é um grande trouxa! Além de um grande covarde, que não tem garra suficiente para enfrentar seus adversários políticos pelos meios legais!


Então devolve aqui a minha bandeira.
Despe a minha auriverde camisa.
 

Afinal, na cadeia, a sua roupa será outra.

 

 

 

 

 

Sábado, 7 de janeiro de 2023 22h00

 

A PONTE
Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Sabe, meu amor, que a Elizabeth I morreu 48 horas depois de chegar aqui, junto com o Philip, no dia 27 de setembro, ambos filhotinhos não desmamados ainda.

Ah, você sabe sim, porque escrevi aquela história – para alguns, comovente – de você negociando com Deus para voltar como uma passarinha e morrer, de novo, dentro da minha mão direita...

Mas quando veio a segunda Elizabeth, creio que lá pelo dia 10 de novembro, nós todos – Roseli, Jacinta, Mário, Cesar – já a achamos muito esquisita. Ela piava demais, o tempo todo, a ponto de irritar o Philip que, quando ela começava com a piação, fugia dela como o diabo da cruz. Roseli vivia achando que ela estava com frio. A colocava dentro do casaco. Ela tremia. Eu a colocava entre os meus seios, até botei mais uma lâmpada junto à casinha, enfim... tentávamos ver se ela se acalmava.

Um belo dia, ela sumiu. Simplesmente desapareceu. Pouco antes de desaparecer, tinha se escondido sob a geladeira, na cozinha, o que me deixou louca, desesperada. Mas por fim saiu de lá e, logo em seguida, sumiu. Fiquei mais desesperada ainda, coloquei o Philip no ombro e saímos procurando pela casa inteira. Mas então, meu gato, subitamente me tranquilizei. Porque imaginei como você reagiria. Sei que nem ao menos levantaria os olhos da tela do computador para me dizer:
-- Não esquenta, Bel. Ela está por aí. Logo aparecerá.

De fato, logo ela apareceu, sob o carrinho de chá, na cozinha.

Alguns dias depois estava “empapuçada”, o papo duro de papinha encruada. Dei-lhe água morna e ficamos, Roseli e eu, massageando lhe o papo, na esperança de dissolver a papinha. Até tivemos certo êxito e eu a coloquei na casinha para dormir. No dia seguinte, ela amanheceu tragicamente morta, muito magrinha, com a cabecinha dentro do prato de papinha... estava tentando se alimentar, mas não teve jeito. Foi horrível. Foi num sábado de manhã e eu fiz para ela, como fizera para a Elizabeth I, um caixãozinho enfeitado e Cesar a enterrou no jardim.

Philip continuou sozinho até que Lucas, o criador, me mandou essa Elizabeth III, diferente das outras duas, não azul escura como essas, mas azul clarinha, esverdeada. E essa, graças a Deus, está sadia, forte e alegre, como o Philip.

Estou contando tudo isso porque quero mostrar a você como é você que ainda me tranquiliza. Like a bridge over trouble water.

Quando alguma coisa me estressa – como o sumiço da Elizabeth II – imagino como você reagiria à situação. Sempre fui chegada a fazer tempestades em copos d’água. Você sempre foi o contrário, você sempre foi a minha ponte sobre as águas revoltas.

E isso simplesmente permanece. Se, no fim do mês, entro no cheque especial, e fico nervosa com isso, lembro-me de que você vivia tranquilamente do cheque especial. Logo aparece uma grana, caída do céu, um novo livro, um pequeno trabalho remunerado e lá vou eu, em direção ao azul...

Se o computador dá um tilt, se o programa de publicação do site não responde, já não me agito. Lembro de você, que sempre encontrava, na informática, a solução para qualquer problema e, com ou sem a ajuda do Rui ou do Almir, simplesmente resolvo.

Essa sua tranquilidade, diante dos grandes ou pequenos problemas do cotidiano, é que me inspira, me resguarda e me faz seguir.

Por isso, você está aqui, muito mais do que nas lembranças esparramadas por toda a casa, mas sim dentro de mim, como inspiração, como a ponte, como o seu amor, o seu carinho, a sua certeza.

Sou a sua metade. E assim o serei para sempre, meu doce amor!
 

Sábado, 7 de janeiro de 2023

por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

1) TRABALHADORES

Lendo no Estadão as muitas medidas que o Governo Lula tomou, no sentido de desmontar as sonoras barbaridades de seu antecessor, e isso em apenas 5 dias de Governo, penso no quanto devo eu a tantas e tantas pessoas que estão trabalhando agora, e que trabalham todos os dias, para que eu (e você) possa (possamos) usufruir de todo o conforto e de todas as facilidades do cotidiano doméstico. Energia elétrica. TV a cabo. Internet. Água. Comida. Roupas... Enfim, tudo!

Por analogia, penso então no meu vídeo (Liberdade. Dia 1 da Reconstrução -  que tem por trilha sonora o hino, composto em 1822, pelo nosso então Imperador D.Pedro I - "já raiou a Liberdade no horizonte do Brasil". Usei, por trilha sonora, a gravação de um filme produzido pela TV Cultura e dirigido por Jarbas Agnelli, com trilha pela Orquestra Brasil Jazz Sinfônica, onde a música do nosso Hino da Independência é ritmada e pautada pelo som dos instrumentos de trabalho dos operários que estavam a reformar o Museu do Ipiranga. Um espetáculo de audio! É o ritmo do trabalho dando vida à liberdade!

Não me canso de dizer: somos todos interdependentes! Estamos todos interligados, não só os seres humanos, mas também a Natureza, o Planeta, o Universo. E, mais uma vez, cá estou a lamentar as mentes estreitas que só conseguem enxergar seus horizontes limitados por desejos banais e anseios puramente materiais.

2) CIÚMES

Hoje também descobri que Philip, meu lindo passarinho, morre de ciúmes de sua nova companheira, a Elizabeth III. Bem que eu já desconfiava! Mas tive a confirmação.

De manhã, como sempre, estavam os dois no meu ombro. Se bem que Philip tenha feito uma certa birra pra vir comigo hoje. Bicou me dedo, se recusou a subir na minha mão, mas, depois, veio.

Enquanto estavam os dois comigo, ele ficava bicando furiosamente a minha pobre orelha que, pra rimar, ficou até vermelha. Depois foram pra casinha deles, hora de comer.

De repente -- eu lavando a louça do meu almoço -- Philip me aparece à porta da cozinha, sem Elizabeth. Estendi a mão e ele subiu pro meu ombro onde ficou, sem me dar nenhuma bicada furiosa, por algumas horas, enquanto eu fazia as coisas: troquei mais uma planta de vaso (um grande antúrio rajado), arrumei o vaso de um raro antúrio negro, limpei tudo, guardei os instrumentos, a terra e as pedras.

E tudo isso com Philip mordendo meu colar, minha tirinha dos óculos, passeando pelo meu peito, se enfiando na minha flor da lapela... sem nenhuma bicada na orelha! Quando Elizabeth está junto, ela me faz carinho e ele me bica! Passarinho danadinho esse... ciumento! Morro de rir.

3) ESSE CLIMA

Além de estar ventando sem parar, todos os dias e em todos os lugares do mundo (vejo pelas TVs internacionais, cabelos de repórteres voando, folhas de árvores se debatendo...) desde o mês de julho (aquele, o mês dos furacões, está lembrando?), o verão paulistano que, nos últimos anos, ou décadas, vinha sendo torrencialmente quente, está parecendo o verão das minhas infância e juventude: um frio invernal!

Passei a aurora da minha vida no Castelo, Clube de Campo, na Represa do Guarapiranga, onde tínhamos um barco, uma lancha maravilhosa, casco feito de ripas de madeira, com motor de pôpa. Esquiávamos! Era sensacional! Mas estávamos sempre morrendo de frio, mesmo com nossas roupas de borracha.

Isso porque São Paulo era frio. Frio e chuva. Terra da garoa. Eu me lembro perfeitamente da primeira vez em que os termômetros marcaram os 30 graus centígrados nessa cidade. Lembro-me porque foi um acontecimento inédito, marcante. Carnaval de 1983.

Passamos o dia esquiando e em excursão, vários barcos, até a desmbocadura do Rio Embu, no quarto lago da Guarapiranga. Uma aventura, subir em nossos barcos, aquele riozinho estreito e perigoso, com seu leito de grandes pedras. Não bastava o ecobatímetro. Quando esse revelasse o obstáculo, sob os cascos das nossas lanchas, já teríamos batido! Era preciso ter sempre alguém sentado na proa dos barcos, segurando um remo abaixo da linha d'água para detectar uma pedra maiorzona...

A paisagem cinza, nublada e indefinida, que estou fitando agora pela Janela da Paulista, o chão e os tetos molhados por fina garoa, era a regra até os anos 1990, nessa cidade. Sol? Talvez seis dias num ano?

Parece difícil de acreditar, mas era assim o clima na cidade de São Paulo. E sempre fôra. Li uma crônica de um visitante que, no meio dos anos 1560, já reclamava do gelado e úmido clima paulistano...

Agora, depois de décadas de ausência, aí está a garoa de volta! Aí está a temperatura de 15 graus, em plena tarde de verão!

O que será que houve? O que houve antes, depois dos anos 1990, e o que está havendo agora? Alguém sabe? Porque eu, sinceramente, não sei! O que sei é que estou adorando ter de volta essa tradicional São Paulo, minha cidade, que eu amo, chova ou faça sol!

Muito boa tarde gelada, amigos meus! Até amanhã (enquanto durarem as férias...)



 

 

 

 

Sexta-feira, 6 de janeiro de 2023 20h00

NÓS E AS ESTRELAS
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Oito da noite. Já fiz um bocado de coisas hoje. Minha ginástica. Faxina de todo dia na casinha do Philip e da Elizabeth. Troquei o vaso de um hibisco fechado, por um maior. Molhei as plantas altas. Arrumei, na casa, tudo o que havia para ser arrumado, essas coisas. Almocei com champagne. Vi o noticiário e a reunião ministerial do Lula.

Li mais um capítulo do Game of Thrones e tive que me segurar para não trabalhar, pois me deu vontade de gravar o meu programa de livros pra FmTV. Não. Não trabalhar nas férias -- ordem de dois dos meus médicos amados, Nabil Ghorayeb e Marcello Pedreira... eheheh...

No próximo programa vou falar de "As Brumas de Avalon", o livro enorme da Marion Zimmer Bradley, simplesmente sensacional e inelargável. O li, pela primeira vez, em português, em 1985. Depois li no original, em inglês, mais de 10 vezes, nesses anos todos.

É uma viagem fantástica para Camelot, com um rei Arthur que é um ser humano sensacional, apaixonado por sua meia irmã Morgana que, na versão da Bradley, é uma grande maga e não a bruxa má tantas vezes pintada na literatura e no cinema. Comprei, na Amazon, uma edição mais nova, porque o meu livro original está completamente desbeiçado, soltando páginas, de tantas vezes que o li.

O livro nos descortina a magia que existe na Vida.

Pensando nisso, lamento que tantas pessoas, hoje, vivam como se fossem imortais, vivam para realizar desejos apenas materiais, ocupadas demais para se dar conta e tomar consciência do grande mistério que é essa vida. Grande e maravilhoso mistério, como grande e maravilhoso é o Universo onde estamos inseridos, sendo que estamos apenas em um minúsculo planeta, num minúsculo sistema estelar que gira em torno de uma estrela pequenininha, o nosso sol, apenas de 5a. grandeza.

Como somos minúsculos. E como podemos ser gigantes! Paradoxos e contradições.

Fitando as estrelas e sentindo a força que delas emana, tudo encolhe. SHRINK! Adoro esse verbo. O som dele é muito mais "encolher" do que na nossa língua pátria. SHRINK! Todas as "tão importantes" questões que nos permeiam a vida cotidiana simplesmente encolhem diante da magnífica visão do Universo e do eterno mistério dessa vida.

Mistério esse que o ser humano vem tentando decifrar desde que descobriu o fogo e a razão.

Com diz meu querido amigo escritor, Antonio Costella, em matéria de comunicação, fomos do grito ao satélite. E tudo em pouco mais de dois séculos, o que é um tempo muito curto, se comparado a aquele em que habitamos esse Planeta.

E, nesse século XXI, carregamos toda a informação, acumulada pela História, nas palmas de nossas mãos, em nossos -- até pouco tempo atrás, impensáveis -- celulares, que nos dão acesso imediato a tudo e a todos!

Assim, também me parece impensável que possam existir seres humanos com a mentalidade estreita do imediatismo, sem a dimensão histórica de todas as conquistas científicas alcançadas por nossos antepassados e que, hoje, avançam com ainda maior velocidade e precisão.

É inacreditável que existam aqueles que não conseguem ser gratos à herança de conhecimento, ciência, filosofia, arte, cultura, da qual desfrutamos hoje e que, esses, vejam em nosso progresso -- o da humanidade -- apenas o utilitarismo, o imediatismo das conquistas materiais e não o que está por detrás delas!

E, por trás delas, está esse maravilhoso espírito desbravador e indomável que nos faz almejar cada vez mais compreensão e conhecimento. O mesmo espírito que impulsiona, e impulsionou as mais sadias mentes da nossa História, desde que, pela primeira vez, alguém, em um passado muito distante, fitou o céu e as estrelas e perguntou-se, afinal, o que seriam essas coisinhas que brilham à noite.

Apesar de tanta tristeza, de tanta guerra, de tanta intolerância, de tanta ignorância, o ser humano é, em última instância, maravilhoso!
Pensamos, logo, existimos! Sentimos, logo, somos!

Por tudo isso, as mentalidades estreitas e medíocres de gente que só se importa com o seu próprio umbigo, parecem-me tão estranhas, irreais mesmo, e de uma grande infelicidade.

Sou triste, na ausência do meu amor, Mauro Caetano. Mas sou feliz com minhas plantas, meus passarinhos, minha casa, meus amigos e com as estrelas (aliás, pouco visíveis aqui no coração da metrópole, na Paulista).

Sou feliz por ter essa vida de amor, de carinho, de reconhecimento da minha condição e da minha limitação humana.

Sou feliz vendo, em meio a tanto sofrimento que grassa solto pela Terra, as almas e as mentes que ousam sonhar, que ousam lutar pela construção de um mundo melhor para todos nós.

A essas, meu agradecimento, minha solidariedade, minha eterna admiração. Continuemos sonhando, sonhar é o privilégio dos que conquistam, dos que alcançam, dos que têm a coragem de ser o que o coração mandar!

Boa noite, meus amigos. Boa noite a todos! Feliz ano novo! A esperança voltou ao Brasil! E já me contagia...

 

 

Sexta-feira, 06 de janeiro de 2023

 

DIA DE REIS. PHILIP E ELIZABETH.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Hoje à tarde a Elizabeth voltou sozinha pra casinha dos passarinhos. Pode parecer que isso não é nada demais, mas é. Afinal, a casinha fica no escritório do Caetano. Elizabethzinha estava aqui na sala. Ela e Philip no meu ombro, eu no computador.

Às vezes, quando a configuração é essa, eles pulam do meu ombro pro chão e vão brincar de esconde-esconde comigo. Enfiam-se embaixo das poltronas e dos sofás e, se tento pegá-los, eles correm pra debaixo de qualquer outro móvel ou se camuflam entre as plantas aqui das salas. Nesse caso, pacientemente espero. Dali a pouco um deles está empoleirado nos pés da minha cadeira do computador ou ciscando o tapete do meu escritório. Aí, me abaixo e eles voltam para o meu ombro.

Hoje só a Elizabeth voou do meu ombro pro chão e foi se esconder embaixo da mesa de centro da sala. Com Philip ainda no ombro, fui até a cozinha fazer alguma coisa. Quando voltei, chamei por ela. Nada. Olhei sob os móveis... nada! Assim, resolvi levar o Philip de volta à casinha (eles costumam pular do meu ombro para o teto da casa) para poder vir "caçar" a Elizabeth com mais tranquilidade.


Mas... surprise! Quando entro no escritório do Caetano, lá está ela, Elizabeth, majestosamente empoleirada dentro da gaiolinha... Meu Deus! Ela sabe o caminho! É longe, pra um passarinho tão pequeninho assim, da sala até a casinha. Tem várias encruzilhadas: a porta da cozinha, a porta do banheiro, o corredor, a porta do nosso quarto... Mas ela sabe o caminho! Eita, bichinho esperto!

Eles ainda são baby birds. Têm pouco mais de 3 meses de idade. Não voam além de alguns centímetros de altura. Para alcançar a casinha, quando estão no chão do escritório, sobem pelos tripés de sustentação de alguma planta (há várias lá), chegam ao vaso, pulam para a Belladona (o mais próximo da casa deles) e então dão pequenos vôos até a porta da casinha. "Escalam" as grades da gaiolinha e vão para um dos puleiros. São muito lindos! Lindos demais esses periquitos australianos! E vivem me surpreendendo.

Só fazem o que querem. Depois das seis da tarde é difícil tirá-los da casinha. Estendo a mão e, ao invés de subirem pelo meu braço para se instalar no meu ombro, eles me atacam! Bicam, furiosos, como quem diz: "agora não queremos sair de casa!"

Mas, de manhã, quando acordo, a primeira coisa que fazem é vir, os dois, para o meu ombro. Ligo o computer do Caetano (onde rola, dia e noite, a proteção de tela com mais de 1200 fotos do meu amor), faço a cama, vou pra cozinha fazer café, tudo com eles no ombro. Também ficam no meu ombro enquanto faço a minha bike.
Depois vou pro chuveiro e eles, pro teto da casinha.

Quando estou ocupada demais no computador, mais tarde, e me esqueço de ir lá pegá-los, eles simplesmente vêm atrás de mim. Se estou aqui, no meu escritório, eles vem bicar os meus sapatos e os pego. Se estou na cozinha, vão na cozinha. Eles vão aonde eu estiver! Muito espertos!

Quando o Philip ainda estava sem essa Elizabeth (é a III, as duas primeiras simplesmente morreram!!!), um dia acordei e ele não estava na gaiolinha. Saí procurando pelo apartamento. Gritando: Philip! Philip! -- e ele começou a piar. Fui seguindo o som até a área de serviço e o encontrei... dentro do cesto de roupa suja! Talvez o meu cheiro... Nessa época ele costumava ir me acordar. Pulava da casinha e entrava no meu quarto, ficava piando do lado da cama até eu acordar e colocá-lo no meu ombro. Agora ele não faz mais isso. Tem companhia...

São dois serzinhos maravilhosos que alegram o meu dia e preenchem a minha solidão. Obrigada, meu Deus!



 

 

 

 

 

 

Quinta-feira, 05 de janeiro de 2023 15h00

 

O ANDAR É PARA A FRENTE.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Quando o Lula venceu as eleições (vitória apertada, mas vitória!), um dos funcionários aqui do prédio me disse:
-- Dona Isabel, nós vamos parar o Brasil!

Ele estava se referindo aos movimentos de desobediência civil e desrespeito democrático à vontade soberana do povo, (aquele negócio estúpido de bloquear rodovias) fomentados pela mesma direita radical (e meio burra) que infernizou a nossa vida durante os últimos 4 anos.

Pensei: É bom parar o Brasil mesmo, porque há 6 anos que ele só vem andando para trás. Pára, Brasil! Comece a andar para a frente, afinal!

Mas o Brasil, por fim, não parou. E arrancou, cantando pneus, à toda, rumo ao retorno da Paz, da alegria, da esperança, da igualdade.

Mesmo assim, aprendemos que essa direita é poderosa. Não acredito que quase metade do país preferisse que continuássemos na escuridão dos últimos quatro anos.

Acredito, sim, que grande parte dos votos dados ao nosso ex, devam-se a uma quase inacreditável rejeição a Lula. E digo que essa direita é poderosa porque conseguiu dar o golpe na Dilma (não gosto dela, esclareço, mas ela era a nossa presidente eleita legitimamente e foi, sim, vítima da primeira ponta do iceberg das mentiras que veio à tona nos anos seguintes, com sua baixa temperatura e uma tremenda cara de pau). O problema é que gostamos de ser enganados.

Gostamos tanto que muita gente do Bem, gente letrada, com diploma na parede, não só deixou de vacinar os filhos (o que está
ocasionando a volta de doenças já erradicadas) como também acreditou nas calúnias que difamaram o melhor presidente que o Brasil já teve (e que, graças aos céus e à maioria do nosso povo, está de novo no poder).

Mas além de gostar de Fake News, parece que muitos de nós também sofrem de amnésia. Será que esse povo se esqueceu que Lula nos governou por 8 anos e o Brasil não virou Venezuela, os sem teto não invadiram o seu apartamento, não aconteceu nenhum absurdo desses que os mentirosos andaram falando nas redes? Aliás, eles falaram coisas que se dizia do comunismo nos anos 1950! O comunismo morreu e foi enterrado já faz muito tempo! Além de mentirosos, ultrapassados, estão fora do tempo. Bom, alguns deles acreditam em terra plana, fazer o que, né?

Como são mentirosos, acham que os cientistas também o são e que a conquista da lua, em 1969 (1969!) não passou de truque hollywoodiano.

Ai, fiquei cansada desse FEBEAPÁ neurótico que frequentou o noticiário (verdadeiro, da mídia séria, e não dos malucos ignorantes que grassam nas redes) nos últimos anos.

Quanto ao nosso ex, pisou de novo na bola! Fugiu pra Disneylândia, deixando órfãos seus apoiadores que se arriscaram -- indo contra a Lei -- por amor a ele. Papelão. Cuspiu nos quase 50% que votaram nele e que constituíam um grande capital político para que ele pudesse tentar eleger-se novamente numa próxima!

Ao negar-se a passar a faixa, deu ao Lula a chance de brilhar recebendo-a das mãos de representantes legítimos do nosso povo.

Ao deixar trancados portas de gabinetes e armários no Palácio, portou-se novamente à altura do que ele realmente é: o menino mimado que tranca e esconde os brinquedinhos do irmão mais novo que brilhou mais do que ele na escola.

Ao negar-se a reconhecer a derrota e cumprimentar (como fazem os derrotados decentes de qualquer país) o vencedor, mostrou, mais uma vez, que não estava e nunca esteve à altura do cargo para que o Brasil o elegera (iludido e cheio de esperança, mas elegera!).

Todo esse circo de horrores -- negacionismo, machismo, preconceitos de etnia e de gênero, gabinete do ódio, ameaças diárias aos legítimos poderes constituídos e à Democracia, à liberdade de imprensa (principalmente às jornalistas mulheres), corte de verbas para a cultura e a educação, desprezo e ironia com relação a uma doença que matou mais de 600 mil brasileiros, promoção de medicamentos comprovadamente ineficazes, desprezo pela Ciência, desrespeito à Natureza... -- que vivemos nos últimos anos, mostra que ainda temos um longo caminho a percorrer, que ainda somos cheios de arrogância e de intolerância, que somos também mentirosos e falsos, que estamos distantes das rotas que conduzem o ser humano à única realidade possível para uma convivência pacífica e harmoniosa.

Distantes do amor. Distantes da compreensão. Distantes do diálogo.

"All you need is Love" -- cantavam os Beatles nos anos 1960. Faça amor, não faça a guerra". "Imagine there's no countries, it's easy if you try. Imagine all the people living life in peace. You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one".

O sonho de John Lennon não acabou. Apesar de tudo o que temos visto no mundo.
E, no sonho, não estamos sós. Não somos os únicos a sonhar.

Não, meu amigo. O país não parou. Parou, sim, de andar para trás. E vamos em frente com trabalho, saúde, educação e muito respeito aos que são diferentes de nós, aos que pensam diferente, aos que vivem diferente. A diversidade é a essência da riqueza da vida. E, como diria Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra". Simples assim.

Pra frente, Brasil!

 

Quarta-feira, 4 de janeiro de 2023 20h10

FÉRIAS
Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Como no ano passado, dou um trato no apartamento. Carlos Cesar Melo reforma as portas. O ano passado, em janeiro, reformou as janelas. E assim vamos, deixando em ordem esse maravilhoso apartamento onde tenho o privilégio de morar.

Jacinta, minha querida diarista, que tanta companhia me faz e tanta alegria me dá, também esteve aqui hoje. Amanhã, vai, de férias, para a Bahia, rever seu amado pai, vai com seu maridão e sua linda filhinha, Emanuele.

Roseli também se foi hoje, numa aventura rodoviária (e temerária) que a leva ao extremo sul do continente.

Férias. Tempo para ler o último volume de "Game of Thrones", de George Martin. Leio mais devagar em inglês, mas tenho melhorado.

Férias. Emerson e Du certamente ainda estão na praia, assim como a minha amada Vera Krausz que, nesse ano, não ficou aqui comigo, só passou por aqui dias antes do Natal.

Férias. Dias de pouco sol, poucas caminhadas no jardim, poucas fotos. Mas de muita bike, musculação, ballet, alongamento, equilíbrio.

Férias. Tempo maior para cuidar das plantas, curtir os passarinhos.
 

Férias. Tempo suficiente para fazer esse diário, cheio de abobrinhas, escrevendo sem compromisso ou propósito.

Férias. No fim do dia, os dentes doem porque, de fato, eu os estou comprimindo, numa tensão que em nada combina com as férias.

Férias. Quando acabarem, estarei louca para voltar à rotina do trabalho diário. Afinal, é ele, o trabalho -- e não as férias -- quem me salva!

É o trabalho, maravilhoso, são os vídeos do portal, os meus amados médicos que vêm aqui gravar... São os amigos queridos, os passarinhos, as plantas e tudo isso com que a vida tem me brindado, que me salvam.

Salvam-me dessa dor inconcebível, incomensurável, que é a sua ausência, meu amor, Mauro Caetano.

Minha mãe, quando eu era jovem e reclamava da vida, me dizia que era preciso pensar nos muitos privilégios que eu tinha, num planeta onde o sofrimento era a regra e não a exceção. "Não posso ser feliz pelo método comparativo" -- eu respondia a ela, na minha imatura arrogância.

Hoje penso sempre na Ucrânia e no inimaginável sofrimento dos que estão perdendo suas casas, suas vidas, seus entes queridos, apenas porque um ditadorzinho metido à importante, decidiu que assim seria.

Penso nas mais de 600 mil famílias brasileiras que perderam seus amados para a COVID.

Penso no terror dos últimos quatro anos por aqui, quando, a cada dia, acordávamos com mais uma notícia de estapafúrdias colocações de um homem, eleito para nos governar e zelar pelo nosso bem estar, mas que só conseguia fitar o próprio umbigo, um umbigo cheio de armas, de intolerância, de negacionismo, de desumanidade.

Então penso na esperança.

Férias.

Estou em férias, cheia de esperança (e de alegria) pela volta ao poder do nosso Lulinha paz-e-amor.

Estou em férias e até consigo, minha Wanda querida, minha amadíssima mamãe, hoje, ser feliz pelo método comparativo.

Mas meus dentes doem.
 

 

Terça-feira, 3 de janeiro de 2023 21h00


ERA UM GAROTO, QUE COMO EU,
AMAVA O RÁDIO E A TELEVISÃO.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.

Década de 1960 acabando. A televisão reinava como o mais moderno, ainda em preto e branco, meio de comunicação.

O menino Marcos tinha um sonho. Queria trabalhar na TV. Mas nem tinha completado seus 15 anos de idade. Queria. Por isso resolveu ir, depois da escola, à sede da TV Tupi e ficar plantado à entrada. Esperando que alguma coisa acontecesse. O que?

Todas as tardes, aquela garoto estava ali, via entrarem no prédio técnicos, homens engravatados e até alguns artistas. Sorria, seu sorriso mais simpático e aliciante. Cumprimentava.

E foram tantas tardes que, numa delas, um dos diretores da emissora foi falar com ele:
-- Garoto, eu vejo você aqui, há muito tempo, sempre sorrindo, sempre cumprimentando a gente... Por que?
-- Quero trabalhar na TV -- respondeu simplesmente, assim na lata, o menino Marcos.
-- Está bem -- disse o diretor -- Venha comigo, vamos entrar, vamos ver o que é possível arranjar para você.

Então, dessa forma, Marcos Volpi entrou na TV pela porta da frente e conduzido por um membro da Diretoria.

Na Tupi, foi aprendendo tudo sobre a arte de fazer televisão.

No começo dos anos 1980, fazia figuração em novelas famosas, produzidas pela TV Bandeirantes. Foi fazendo amizades com os atores, diretores, com todos. Volpi sempre teve uma tremenda capacidade de comunicação, muita simpatia, bons ouvidos, excelente educação social e todo mundo acaba gostando muito dele.

Trabalhou como ator na antológica novela "Os Imigrantes".

Mas a TV é assim mesmo: um dia você tem trabalho, tem papel, tem programa, no outro dia já não tem nada.

Nessas fases "sem TV", Volpi se virava. Foi gerente de grandes casas noturnas em São Paulo. Foi até camelô na Av. Paulista.

Em 1994, foi trabalhar na recém-inaugurada Rede Mulher de Televisão. Como produtor de um sujeito de português faltoso (como diria Bolívar Lamounier) que, porque era marido de uma das apresentadoras do considerado "carro-chefe" da emissora, conseguiu um espaço para fazer um programa de rock. O sujeito não sabia nada de rock, assim como pouco sabia da sua língua pátria, mas, por sua condição, lá foi ele, botando a cara no ar. Por trás, o Volpi, que era seu produtor. Era o Volpi quem gerava todo o conteúdo, além das imagens relativas, ao programa. Volpi já se tornara, então, um expert em história do rock no mundo.

Meu irmão Alvan e eu estávamos na Rede Mulher desde o dia de sua inauguração (8 de agosto de 1994) e onde trabalhei até 2007, quando o canal (então sob a batuta dos pastores da Igreja Universal) foi transformado de Rede Mulher em "Record News" e simplesmente desapareceu.

Essa maravilhosa TV, a Rede Mulher, fôra criada pela família Montoro, de Araraquara, onde tinham uma rede de TV afiliada a Rede Manchete (hoje Rede TV). Mas, em 1994, o governo ameaçava tirar-lhes a concessão do canal 42UHF na cidade de São Paulo, caso eles não o pusessem no ar. Ora, os Montoro tinham tido, nos anos 1970, uma rádio AM muito famosa: a Rádio Mulher, que abrigava grandes nomes femininos da mídia, então nada simpáticas à Ditadura Militar, como Hebe Camargo, Cidinha Campos, Claudette Troiano, Xênia e outras. Natural que, para a sua TV em Sampa, escolhessem fazer uma Rede Mulher.

Como já disse, meu irmão Alvan e eu estreamos junto com a Rede. Eu, ao vivo, produzindo e apresentando o meu programa Condição de Mulher, e produzindo mais dois: Junta Médica e Med Sport (então apresentado pelo meu grande amigo cardiologista, Dr. Nabil Ghorayeb). Alvan dirigia os três programas.

Alvan (que já fôra um dos braços direitos do Boni, na Globo) e Volpi logo se tornaram amigos. O amor à TV os unia. Varavam, os dois, a madrugada, ligados no computer do Alvan, na casa dele, primeiro na nossa velha casa e depois, quando minha mãe e Alvan se mudaram pra um apartamento aqui no nosso prédio, no boteco da calçada em frente, até que o dono começasse a empilhar as cadeiras sobre as mesas... numa expulsão branca aos dois clientes incansáveis.

Tinha sido Alvan o responsável por um quadro, apresentado por Mr. Volpi, no meu programa. Ele falava da mulher no rock. Fez esse quadro, comigo, por muitos anos. E eu também participei de inúmeros programas que ele teve, em rádios e TVs. Estivemos juntos ainda, com nossos programas próprios, na allTV, a primeira TV por Internet.

Amigo do Alvan, foi ficando também nosso amigo, Mauro Caetano e eu. Vinha às nossas festas, frequentava normalmente a nossa casa.
Caetano, inclusive, desenvolveu pelo Volpi um afeto quase paternal. Preparava lanches para ele, nos dias de gravação de vídeos, com carinho e capricho na feitura dos sanduíches. Eram amigos, longas conversas, muitos jantares e muitos natais. Até hoje, Volpi passa a véspera de Natal aqui em casa e réveillon também, como aconteceu ao longo de todas essas duas décadas do século XXI. Também está presente em todos os lançamentos dos meus livros, desde o ano 2000.

Volpi -- assim como Joaquim Carlos Ruivo -- foi um dos que mais fez pelo bem estar do Caetano durante a sua trágica doença que acabou levando-o à morte.

Há anos, Volpi é o câmera dos nossos vídeos médicos para o Portal SAÚDE&LIVROS. E é o "fotógrafo oficial" das nossas tantas festas.

Depois da morte do Caetano, os porteiros do prédio pensavam que ele fosse uma espécie de "substituto do Caetano" para mim. Ledo engano. Somos amigos. Muito amigos. E não amantes, até porque Volpi é homossexual e tem os seus parceiros na vida.

Tive que dar uma dura nos porteiros: " O Volpi não é meu amante, não é meu irmão, ele é o meu melhor amigo!"
E ele é mesmo, embora tenha puxado a sardinha pro nosso ex-presidente, acreditando nas mentiras que grassaram soltas sobre o nosso atual Presidente Lula, que eu amo de paixão.

Não há nada, nem mesmo as divergências políticas, que possam, hoje em dia, abalar a grande amizade que nos une, Volpi e eu.

É uma longa e maravilhosa amizade, confiança, amor mesmo, sinceridade.

Volpi tem hoje uma rádio (de rock) na Internet que tem a barbaridade de mais de 450 mil ouvintes, inclusive internacionais.

O sucesso dele me alegra.
A existência dele me alegra.

Obrigada, queridíssimo amigo, por estar em minha vida!
 

2022, maio, 16 - Lançamento do meu livro "Todas as Mulheres São Bruxas III", com Chris Donizetti, a editora, o jornalista Claudio e eu.

 

2022, dezembro, 24 - Natal  - Com Philip na Janela da Paulista

 

 

Terça-feira, 03 de janeiro de 2023 8h05
 

REENCONTRO NO JARDIM
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Caminhando (e fotografando) no nosso maravilhoso jardim, de repente me flagrei olhando para a janela do apartamento da Roseli Zampirolli e do Nathan Berkovits.

 

Então pensei que a vida tem tempo certo para tudo.

Nathan e Roseli vieram morar aqui no nosso condomínio em 2004. Caetano e eu estávamos aqui desde 1985. Em 2009, fizemos uma festa aberta a todos os condôminos, o segundo lançamento do meu livro "O Fantasma da Paulista", em sua primeira edição. Estavam quase todos ali, menos a Roseli e o Nathan. Por que?

Foi só em 2021, em plena pandemia, que eu, caminhando pelo jardim, me deparei com aquela moça, a Roseli, sentada num banco, lendo um livro. Baixou algo na minha cabeça. Algo forte. E me aproximei dela, pedi licença e disse:

-- Estou vendo que você gosta de ler. Eu sou escritora. Você me daria a honra de ler um livro meu?

Vim ao apartamento, peguei um exemplar de "O Fantasma da Paulista", então segunda edição, e dei para ela.

Alguns dias depois, ela estava aqui em casa e levou muitos livros meus para ler. Mauro Caetano ainda estava conosco, mas estava doente e eu não o apresentei a ela.

Logo depois, Caetano morreu. Roseli esteve aqui, com sua irmã, Suely, que também virara fã dos meus livros. Foi no dia 9 de outubro de 2021. 74 dias depois da morte dele.

Fomos nos aproximando, Roseli e eu. E ela acabou me contratando para escrever-lhe a biografia. Coisa que estamos fazendo até hoje e que nos aproximou ainda mais, consolidando a amizade e o carinho que instantaneamente se estabeleceram entre nós.

Roseli é professora na rede municipal e trabalhava com crianças pequenas, fazendo questão de ensinar-lhes a beleza e o processo da geração da vida, através das plantas, da culinária, da reprodução e da transformação. Digo "trabalhava" porque, desde o final do ano passado, ela foi guinada a um cargo administrativo e muito importante na Secretaria da Educação.

Também virou câmera... É que eu descobri, pelas fotos que ela fazia, que Roseli tem o dom do olhar correto através das lentes e a convidei para vir -- sempre alternando com Mr. Volpi -- fazer câmera em nossos vídeos médicos para o Portal SAÚDE&LIVROS  -isabelvasconcellos.com.br - e ela aceitou!

Em 17 de dezembro de 2021 eu tive o meu piripaque cardíaco. Roseli foi ficar comigo no hospital, passava a noite lá e saía direto pro trabalho. Elza Siviero– outra vizinha querida – ficava comigo durante o dia. Foram os amigos do condomínio os que estiveram sempre presentes nessa minha estadia hospitalar: Carmelo, Tânia Miura e Marcos Garuti e Emerson Lisboa. Foi Emerson que me acompanhou no translado (de ambulância) da Maestro Cardim ao Morumbi (Hospital Dubai) e quem assinou a papelada burocrática necessária para poderem realizar a minha cirurgia – Olha só a enfermeira do centro cirúrgico: “Não posso permitir a operação dessa senhora!” –eu – Por que? “Porque ela não tem familiares” – ai!!! Quem não tem família não tem direito a ter sua vida salva! Mas tinha o Emerson, mais amigo do que alguns dos muitos dos poucos parentes que me restam. Quando tive alta, com Roseli me acompanhando, foi Emerson quem foi nos buscar no hospital.

É verdade que a minha prima Vera Krausz, que mora no Rio de Janeiro e estava descansando na casa da irmã, Beth, no Boqueirão da Praia Grande, queria vir para São Paulo para acompanhar a colocação do meu marcapasso cardíaco. Vera é enfermeira pela USP e psicóloga. Não concordei. Iria atrapalhar as férias (pra lá de merecidas) da minha prima amada, sem real necessidade. A outra irmã dela, Mônica Krausz, esteve lá, com seu maridão, Manoel Ochoa.

Já disse aqui que fiz maravilhosas amizades entre os nossos vizinhos, depois da morte do Caetano. Quando ele morreu, nós morávamos aqui havia 36 anos, quase 37. Hoje são 38.

Nessas quase quatro décadas, porém, a nossa vida tinha um ritmo muito diferente, sempre com muito trabalho, eu na TV ao vivo, ele na Brahma, essas coisas.

Mesmo assim, parece muito estranho que Roseli more aqui desde 2004 e que tenhamos levado 17 anos para nos conhecer. Como nos escondemos assim, por tanto tempo, uma da outra?

Certamente nos conhecemos muito antes. Certamente em vidas passadas nossas almas já estavam unidas.

Alguns dos meus novos amigos, que também têm Janelas da Paulista, poderiam, por sua idade, ser meus filhos. Roseli tem 52. Emerson, 40 e alguma coisa, ou nem 40 ainda, não sei. Du, pouco mais de 30. Miranda e Sol estão no meio dos 30. Amo todos eles.
E sou muito feliz, e grata, por isso.

Roseli não conheceu o Caetano, afinal. Mesmo assim, há uns meses passados, sonhou com ele. Disse que já vira tantas fotos e vídeos dele que era como se o conhecesse. No sonho, ele dizia a ela que os grandes pássaros, predadores, são poderosos, mas são os pequenos passarinhos, as suas presas, que dão beleza aos jardins.

Hoje, Philip e Elizabeth, meus periquitos australianos, dão alegria a mim e beleza ao meu jardim de apartamento. Assim como também o ilumina a presença da minha amada Roseli. Obrigada, querida!

 


 

 

 

 

 

Sábado, 31 de dezembro de 2022 – 10h30am

NO CÉU
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Amanheço com a notícia de mais uma morte em 2022: a do Papa Emérito Bento XVI e, imediatamente, imagino que, lá no céu, o meu amor Mauro Caetano terá altas discussões teológicas com ele -- em alemão, língua nata de Sua Eminência e na qual Caetano é fluente.

Caetano adorava as discussões intelectuais e veja só que maravilhosa oportunidade de discutir teologia, ali, pertinho de Deus, com tal autoridade na matéria!

Rio, apesar das lágrimas por tantas perdas em 2022, inclusos Pelé, Elizabeth II, Gal, Erasmo, Ligia, Nelida, Godard... e tantos eminentes artistas, escritores, cientistas, pensadores, políticos, cineastas que nos deixaram nesse ano.

Rio, me espreguiço, alongo os gambitos e as garras, levanto-me.
Primeira coisa da iniciante manhã: dar bom dia aos passarinhos e ligar o monitor do computer no escritório do Caetano. A foto que aparece, então, na proteção de tela, entre 1200 imagens, é exatamente a do Caetano, papeando na calçada, com o Padre Prefeito do Seminário de Pirapora do Bom Jesus. Coincidências não existem. São os recados que a vida nos manda...

À beira do meu 72. ano de vida, listo, assim, meus mortos: Wanda, Alfredo, Alvan, Alfredinho, família nuclear. Grandes e queridos amigos como Pedro Paulo Hathayer, Milton e Leda Galotti Cunha. Meu insubstituível amor, Mauro Caetano. E tantas, tantas perdas importantes nesse 2022, na política, nas artes, na cultura em geral.

Que todos eles estejam melhor do que nós!

E que nós todos fiquemos melhor do que estamos, em 2022, nesse 2023 que surge, no Brasil, como o sol, entre nuvens, depois de um grande tempo chuvoso, escuro e triste.

O pesadelo se foi. Agradeço a Deus e espero, vivendo alegre e pacientemente, o dia da minha própria partida, quando talvez possa me reencontrar com tantos amores perdidos.

Feliz Ano Novo, meus queridos amigos, e a todos.
 

 

 

Mauro e eu no Reveillon de 1994, em Campos do Jordão, Toriba Hotel

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sexta-feira, 30 de dezembro de 2022 21h00

JOAQUIM CARLOS, AMIZADE POR TODA A VIDA.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Hoje à tarde meu primo Joaquim Carlos Ruivo veio aqui me ver. Trouxe uma maravilhosa orquídea cor de maravilha e mais um panetone.

Joaquim é presença querida e constante na vida, como foi também na minha vida com o meu amor, Mauro Caetano. Inclusive, ele me ajudou muito na doença do Caetano, estava sempre presente e atuante, como esteve também em todas as nossas festas e comemorações. Aquela história: na alegria e na dor!

Eu o conheci quando nasci. Ele nascera 9 anos antes de mim. Filho de Aparecida e Elias de Almeida Ruivo. O pai dele era irmão do padrasto da minha mãe, Wanda. Padrasto esse que Wanda sempre teve como pai. Mas, assim sendo, não somos parentes biológicos e, sim, por afinidade. E que afinidade!

Crianças, passamos inúmeros natais juntos, aniversários, tudo!

Criança, aprendi a amar profundamente Joaquim e seu irmão, o saudoso Zé Elias. Fomos sempre irmãos, nós três.

Assim, Joaquim é uma figura de fundamental importância na minha vida e nós nos amamos de verdade! Percebo que o seu companheiro, hoje, Damião, tem até um pouco de ciúmes de mim, da importância que temos, Joaquim e eu, um na vida do outro.

Joaquim vai fazer 80 anos nesse 2023. Parece 60! Ele sempre se cuidou. Profissionalmente bem sucedido, foi diretor na Secretaría de Agricultura do Estado de S.Paulo, hoje aposentado.

Estava comigo -- e não poderia ser de outra forma -- quando meu amor, Mauro Caetano, morreu, em 27 de julho de 2021. Me trouxe do hospital para que eu realizasse as formalidades da morte, esperou, me levou de volta ao hospital para mais formalidades, reconhecimento do corpo, essas coisas. Veio me buscar, para a cremação, no dia seguinte. Antes, levava o Caetano à fisioterapia, para me ajudar. Eram amigos, Caetano e ele.


Joaquim passou muitos réveillons aqui em casa, como passara muitos natais na casa de meus pais, nos anos 1950, 1960, 1970...

Esteve sempre presente, amigo querido. Está nos lançamentos dos meus livros, sempre me prestigiando. Sabedor do meu amor pelas plantas, vive me trazendo maravilhosas orquídeas.

Habita o meu coração, meu amado primo, a quem devo tanto!

Gente assim é que dá sentido às nossas vidas na Terra.

Muito obrigada, querido Joaquim, por sua presença, sempre na minha vida. Te amo muito. E te agradeço por tudo o que você faz e fez por mim!

 

Joaquim Carlos Ruivo

Obrigado prima querida, me fez chorar logo pela manhã com suas lindas palavras, quero que saiba que tenho muito amor por você e que estaremos juntos por toda nossa vida. Um grande beijo do seu primo Joaquim

 

 

2022, novembro, 18, Livraria Martins Fontes, Laçto "Uma História de Amor e TV"

 

2022, dezembro, 30 - na Janela da Paulista, com Philip e a orquídea maravilha.

 

 

Quinta-feira, 29 de dezembro de 2022 – 15h00

O NOME DA COISA
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Desde muito antigamente eu ponho nome em tudo.

Meus primeiros automóveis se chamavam:
- Glória (inspirado no slogan do Leite Glória, em pó, que era "dissolve sem bater", afinal, era um Gordini),
- Minduim (um fuska 1973, bege escuro da cor do amendoim, mas que remetia ao personagem dos comics)
- e o seguinte, um fuska, 1975, Passoca (que é o que se faz do amendoim, paçoca) -- Esse último com direito a chaveiro de prata com seu nome gravado.

Depois disso, sinceramente, não me lembro. Algumas plantas também tinham nomes, mas, hoje, com 106 vasos, eu teria que fazer uma planilha no excel com a localização de cada uma e seus respectivos nomes... haha...

No entanto, as duas majestosas samambaias (uma de metro e outra, amazônica), que vivem sobre a estante de livros às esquerda da minha mesa de trabalho, chamam-se, respectivamente,
- Odete (em homenagem à atriz Odete Lara, que participou de um filme de cinema aqui no Pauliceia, em 1959, com nosso saudoso amigo Pedro Paulo Hatayer, à época também ator) e
- Bibi (por causa Bibi Ferreira, que, como a samambaia amazônica, era simplesmente majestosa).

Em 1969, ganhei uma cachorrinha que meu namorado trouxe da Campos do Jordão. Chamei-a Julieta, em homenagem a uma maravilhosa professora de biologia que eu tivera no Alberto Conte.

Julieta virou uma cachorrona, enorme, preta, assustadora, por seu porte e por suas patas que eram quase do tamanho das minhas mãos. Mas era boba, mansinha, toda ternura. Uma excelente companheira para mim e para meus pais, Alfredo ( o Velho Vasco) e Wanda. Teve várias crias, cujos filhotes foram devidamente distribuídos pela vizinhança. Mas, numa dessas crias, uma cachorrinha pequena tinha problemas nos ossos. Meu pai a levou à USP, na veterinária, e ela ficou conosco enquanto se tratava. Demorou uns dois meses, o tratamento. Depois disso, ninguém queria que ela fosse embora... Já estávamos todos apaixonados por ela. Meu pai chamou-a "Macaquinha" porque ela repetia exatamente os movimentos e os gestos de sua mãe, Julieta.

O último carro que eu tive (hoje desisti de tê-los) era branco, importado, pequeno, quatro portas, um Ford. Porque era branco, pensei em chama-lo de Enterprise, a nave da série de TV Startrek. Mas acabou ficando Piccard, mesmo, o nome do Capitão da Enterprise, na Next Generation.

Pra combinar, chamei o carro (preto) do Mauro Caetano de Kirk. James Tiberius Kirk, o primeiro capitão da Enterprise na série clássica de Jornada nas Estrelas. Também era um Ford, Focus Hatch. Sempre gostamos de Ford nessa casa. Eram macios. E sempre gostamos dos Startreks.

Mas estou escrevendo toda essa xaropada apenas porque, dia desses, falei sobre a minha mesa de trabalho, essa onde estou agora, que foi do meu pai, escrivaninha nos anos 1940 e hangar de aeromodelo a partir dos 1970. Ela está comigo desde 2003, foi reformada, já está meio desbotada, e eu simplesmente a amo!

Mas... percebi... ela não tem nome! Como assim? Como foi que nunca dei nome a essa mesa que me acompanha há tanto tempo? Então, hoje, em homenagem ao meu pai, batizei-a.

Você, que tem a paciência necessária para ler o que escrevo, sabe que os nossos passarinhos se chamam Philip e Elizabeth por causa dos monarcas britânicos, de quem sempre fui ardorosa fã. Sou uma monarquista convicta.

Essa coisa, no entanto, de dar nome próprio aos objetos é uma simples extrapolação do hábito que nós, humanos, temos, de dar nome aos nossos pets. Personaliza-se o que é material. Humaniza-se o objeto do qual gostamos.

Meus computadores, por exemplo, todos eles, desde o primeiro, 1989, chamam-se Xodó. Já estou no Xodó VIII. Gilberto Gil: "Que falta me faz um xodó".

Os celulares, Xodozinhos. Mas juro que não sei mais que número tem o meu Xodozinho atual. Perdi a conta.

Dar nome aos objetos acaba criando umas situações engraçadas.
-- Já vou, amorzinho! Agora estou molhando a Odete.
-- Será que acabei deixando meu sueter azul no Picard?
-- Tô indo trocar o óleo do Kirk.
-- Mas hoje não era o dia do Rui vir reformatar o Xodó?
-- Ah, esqueci o xodozinho no banheiro.
-- Vou lavar o Kirk hoje, por fora e por dentro.
E por aí vai.

Dar nome aos objetos, assim como os dar aos pets, é um hábito apenas de quem tem tempo. Tempo para curtir e apreciar as coisas simples da vida.

Infelizmente, cada vez mais, desde criancinhas, todos têm agendas lotadas. Cada hora do dia é preenchida por uma atividade diferente e, pior, obrigatória. Cada momento é um compromisso.

Mas assim como os psiquiatras e psicólogos, educadores e pedagogos, alertam para que os pais deixem algum tempo para as crianças simplesmente brincarem, em vez de embuchá-las de obrigações, os adultos também precisam de tempo para, simplesmente, contemplar a vida.

Fim de semana e férias, por exemplo, foram feitos pra isso: pra descansar das obrigações, para relaxar, para fazer o que nos der na telha e pronto!

Em vez disso, criamos agendas também para o que seriam momentos de puro lazer.

Depois de uma dessas excursões internacionais organizadas por agências, por exemplo, saímos das férias precisando tirar férias para descansar das férias! Ora! Que porcaria! É o fim de semana no clube, no almoço, no shooping... Todo mundo está se esquecendo do prazer de não ter nada para fazer e, por isso mesmo, fazer o que quiser.

Eu, por exemplo, descanso escrevendo.
E é uma delícia quando não é por obrigação. (Embora também seja muito bom escrever por obrigação).

Mas estamos, hoje, tão habituados a seguir as agendas que, para muitos a perspectiva de uma "tarde livre" parece absurda.

No entanto, é em nossas horas livres que podemos simplesmente contemplar a vida e nos ater a aqueles detalhes que, na correria do cotidiano, não vemos.

Acredite: é apenas pela contemplação pura e simples que seremos capazes de dar nome aos bois, na vida. Ou teremos, conosco, apenas uma anônima boiada, sem sentido, sem razão, sem nada. É o vazio do desapego, o vazio do desamor.

É claro que o atuar, o realizar, o lutar... tudo isso é fundamental. Mas fomos criados também para contemplar.

É da contemplação que nasce o apego e o amor, pelas coisas, pelos objetos, pelas pessoas.

Por isso, quando amamos, nomeamos. Chamamos os nossos amados parceiros por apelidos carinhosos: meu fofinho, meu gatinho, meu benzinho... Não é?

E é porque amo, porque tenho apego, não apenas aos amigos, aos amores, mas também às coisas, aos pets, aos objetos, que vivo dando um nome a cada coisa.

Minha câmera não se chama Canon Rebel EOS SL 3. Ela se chama Chris, porque foi um presente de Deus na minha vida, como Jesus Christo foi um dos presentes de Deus à humanidade. Como eu, ela contempla!

Agora minha mesa de trabalho também tem nome. O nome dela -- e não poderia mesmo ser outro -- é Vasco.
 

 

Quarta-feira, 28 de dezembro de 2022 22h30

BRINQUEDINHOS E OBJETOS DE DECORAÇÃO
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Meu dia -- férias! -- hoje foi das plantas. Quem mantém, como eu, 106 vasos dentro do apartamento, não pode pensar que basta apenas molhar as bonitinhas e pronto. Não. Muito mais. Além de adubar, passar os devidos mata-pragas (e são 4 tipos diferentes de produtos) quando elas estão sofrendo, é preciso também remover folhas e flores que já morreram e, de vez em quando, trocar a belezoca de vaso ou revolver a terra... enfim! Uma trabalheira maravilhosa e gratificante.

É, sim, gratificante. Pois assim que você acaba de dar um trato numa plantinha ela fica toda tesuda, levantadinha, viçosa mesmo, que é o jeito que ela tem de sorrir para você... Linda!

Mas agora existem também outros seres vivos aqui na Janela da Paulista. Ah, claro, vocês sabem que estou falando do Philip e da Elizabeth, meus adoráveis periquitos australianos que passam metade dos dias empoleirados no meu ombro, fazendo cocozinhos na minha mesa de trabalho (aquela mesma!) e serelepando entre vasos, globos, agendas de papel (a de 2023 já está meio desbeiçada de tanto eles bicarem a coitada!). Morro de rir das brincadeiras deles e eles me trazem muito alegria. Mas, todas as manhãs, faxina brava na casinha deles (que fica no escritório do Caetano) e no entorno dela. O chão cheio de casquinhas de sementes que eles devoraram durante o dia e pela manhã... Tão lindos!



Tem quem não saiba que plantas e pets são nossos irmãos, partilham da mesma grande alma que habita o Universo e da qual também somos parte.

Tem quem trate os animaizinhos como se estes fossem nada mais que brinquedos e, quando os "brinquedos" começam a exigir atenção e cuidados, esses seres semi-humanos os abandonam em alguma rua bem distante ou, pior, acabam com eles. Bom, o abandono é pior do que a morte. O bichinho se apega a quem cuida dele, cria vínculo, amor mesmo e, de repente, se vê sozinho e perdido em algum lugar distante e desconhecido... É uma grande tristeza! Quem faz isso com os animais, sofrerá algum abandono igual nessa ou numa próxima vida. Pode crer. É a lei do Bate-e-Volta que permeia os nossos destinos.

Tem quem pense que plantas não são seres vivos, apenas objetos de decoração. Tenho muitos vasos de orquídeas, que florescem esplendorosas, que tirei das latas de lixo aqui do condomínio. É. Latas de lixo, a gente tem isso aqui porque nossa lixeira não funciona mais. Então, vira e mexe, eu vejo, lá na garagem, ou nas áreas de serviço, alguma planta que alguém simplesmente jogou no lixo quando esta deixou de estar bela e florida. Gente, que horror! Plantas são cíclicas. Florescem, as flores morrem, algumas folhas secam e elas precisam de você para que voltem a ser belas. Precisam de cuidados e de... carinho! Ah, e também gostam de boa música.

A arrogância humana não tem limites. Nos julgamos muito importantes, os únicos seres "racionais" sobre o Planeta. Por isso cometemos tantas crueldades com nossos irmãos da flora e da fauna. Paradoxal e irracionalmente.

Perceber o Milagre da Vida que ocorre, não apenas em nós, mas também nas plantas e nos nossos bichinhos, cuidar deles com amor e carinho, interagindo com eles, é algo muito gratificante! Tudo o que está vivo carece de amor. E responde ao amor que lhe é dado, com amor também!

Bicho não é brinquedo. Planta não é objeto de decoração.

São exemplos de vida, iguais a nós, em formas diferentes. Sentem, sofrem e são felizes quando recebem cuidado, atenção e carinho.
Aí, sim, nos fazem também felizes, com suas respostas e reações.

É isso. Uma boa noite a todos.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terça-feira, 27 de dezembro de 2022 20h30

A BENÇÃO DAS FÉRIAS E A VIRADA DE ESPERANÇA.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.


Estou em férias. Hoje passei a tarde inteira escrevendo o final do Capítulo 16 do livro da Roseli Zampirolli Berkovits. Pra mim, escrever não é exatamente trabalhar. Talvez seja o que mais gosto de fazer.

No ano passado minhas férias foram interrompidas pelo meu coração partido (que batia 3 vezes e parava uma, pressão a 25x7), certamente consequência da morte, então muito recente, do meu amor Mauro Caetano.

Pra ser muito sincera, eu não queria ir pra hospital algum. Por mim, ficava assim mesmo, o coração partido literalmente pra combinar com o coração partido figurativamente. No entanto meu grande amigo Dr. Nabil Ghorayeb me disse que eu estaria correndo o risco de ter um AVC e virar um vegetal, em cima de uma cama. Em vista de tal perspectiva, bem pior do que a morte, segui as ordens do eminente cardiologista e me mandei pra Prevent Senior.

Por acompanhantes, meus grandes e queridos amigos aqui do condomínio: Roseli Zampirolli, Tânia Miura, Elza Siviero, Emerson Lisboa, Carlos Carmelo e Bia, que se revezaram me dando apoio e carinho. Também estiveram na UTI, minha afilhada Mônica Krausz e seu maridão, Manoel Ochoa e o próprio Nabil.

Entrei no hospital, levada por meu querido taxista, Peter, no dia 17 de dezembro de 2021, aqui na Maestro Cardim. Fui transferida, dois dias depois, para o Hospital 10 estrelas do Morumbi, Dubai, onde uma cirurgiã japonesa e simpática, instalou um marcapasso dentro do meu peito. Marcapasso cardíaco, esse inventado pelo pai do Nathan Berkovits, marido da minha amiga Roseli. No dia 21 de dezembro já estava de volta, em casa. Mas que as férias foram truncadas, isso foram mesmo.

Nesse ano de 2022, espero gozar das minhas férias sem interrupções. Meu amigo (o melhor amigo do Caetano), Bolivar Cavalcante, me perguntou: -- E o que você vai ficar fazendo nas férias, trancada nesse apartamento?

Ora, curtindo meus passarinhos, lendo os livros que não tive tempo de ler durante o ano, escrevendo muito (como estou fazendo agora), caminhando pelo jardim, fotografando pessoas queridas, flores e pássaros, assistindo meus filmes prediletos na Net Claro e na Net Flix e jogando muita conversa fora, não só pelas redes sociais, mas também presencialmente, com amigos que sempre aparecem por aqui.

Sou felizarda. Tenho amigos maravilhosos, que estão sempre por perto, como a Geralda Cruz, a Karin Esteves e sua filha Lara Esteves de Oliveira, a Sol, o Miranda, a Tânia G Mauadie Santana, o Rui Garcia Leal, o Joaquim Carlos Ruivo com seu Damião Barbosa, o Mr. Volpi, é claro, e outros já citados aqui. Isso sem contar que 106 vasos, grandes e pequenos, de plantas diversas, me dão um maravilhoso trabalho! É a minha querida Urban Jungle. Tudo, quase sempre, ouvindo a melhor música.

Agora me diga: tudo isso é ou não a ideia de férias maravilhosas?
Tem quem queira ir para a praia, para Paris ou New York, ou para alguma estação chique de snowboard, essas coisas. Eu não. Não sou uma pessoa que gosta de viajar. Nunca gostei. Acho um saco ficar no embarque dos aeroportos, fazer e desfazer malas nos hotéis, e, na vida, já viajei muito, muito mesmo, principalmente a trabalho. Viagens domésticas e internacionais, quase sempre trabalhando, que me deram muito conhecimento e alegria.

Agora, sou feliz aqui no meu canto, na Janela da Paulista. E, além disso, é aqui que está o meu amor. Em cada objeto, em cada foto, em cada lembrança cotidiana e constante da vida sensacional que vivemos juntos, nós dois.

No próximo sábado, São Silvestre e Réveillon na Janela. Bom demais! O Emerson e o Du foram viajar esse ano. Já estão na praia. Mas muitos dos nossos amigos estarão aqui para a Virada da Esperança.

Esperança num Brasil com verbas para a Educação e para a Cultura, sem incentivo às armas e à intolerância, à homofobia, à negação da Ciência, ao desamor e à falta de empatia, à violência e ao feminicídio. Sem destruição da Amazônia. Sem gozação internacional, mas, sim, com respeito -- de outros líderes políticos do planeta, inclusive -- à grande figura do Estadista que é nosso Presidente Lula, a despeito de sua ausência de diploma universitário e de suas origens de pau-de-arara nordestino. Os esnobes torcem o nariz pra ele, por isso. Mas ele tem 3 diplomas de Presidente da República. Conhece mais alguém com 3 diplomas desses? Não, né?

Consolo-me, no entanto, pensando que esses quatro anos de absoluta insensatez governamental serviram para que grande parte do nosso povo mostrasse a sua verdadeira cara. E para que soubéssemos que nem todos somos assim tão politicamente corretos, bonzinhos e ecológicos.

Ter tempo para escrever, sem absolutamente nenhum tema, nenhum propósito e nenhum compromisso, é também uma benção das férias. Se fosse assim o ano todo, não teria graça. Mas tem, agora. Por isso cá estou eu, martelando seus ouvidos (olhos) com as minhas bobagens do cotidiano.

Mas, fala a verdade, sem jantar no L'atelier Joel Robuchon, Paris, ou no Marea, em New York, sem dormir numa cabine do Queen Mary 2, as minhas férias não são sensacionais?

Estou comigo mesma, embora seja apenas metade de mim, com meus queridos amigos, com os meus sensacionais passarinhos, Philip e Elizabeth, com "meus livros e discos e nada mais"... e nem é uma Casa no Campo. Mas uma Urban Jungle, num vigésimo andar da Avenida Paulista, símbolo da nossa metrópole e cercada por 5 mil m2 de maravilhosos jardins. Tá bom ou quer mais?

Boa noite, meus amigos!
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Terça-feira, 27 de dezembro de 2022 11h04

POR UM DIA NOVO
Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano


Tá vendo? Bem que eu disse que hoje seria outro dia.
Na bike, logo cedo, com Philip empoleirado ora na minha cabeça, ora no meu ombro, fizemos a versão definitiva de Hi Lili Hi Lo.

Gosto da versão de Haroldo Barbosa, mas eu queria uma cuja letra fosse mais fiel ao conteúdo da letra original. Tinha feito, mas não ficara satisfeita. Hoje arredondei. Ficou legal e eu e o Philip, mais alegres que ontem... hahaha...
 

No original:
A song of love is a sad song
ficou melhor, agora, assim:
Canção de amor é um só som.

Como hoje acordei bem mais alegre, Philip e Elizabeth saíram de sua casinha e vieram atrás de mim. Eu, na Bike. Eles, tão lindinhos, dando pequenos voos rasantes pelo chão do quarto e andando super depressa com suas patinhas de dinossauro... Lindos demais! É alegria, minha gente! A alegria das coisas mais simples do cotidiano.

Nos noticiários da TV, em frente à minha bicicleta, porém, tanto na BBC de Londres quanto na Globo News, muita tristeza: a crueldade da guerra na Ucrânia, o terrorismo em Brasília, o incremento do feminicídio, o salto de 25 mil armas, no país, em 2018, para 250 mil em 2022.

Tive um sonho bacana. Lula me perguntava: -- Mas você me ama, Bel? (que a Janja não nos ouça, né?). Respondi: -- Não. Percebo que nunca mais vou amar, depois do Mauro Caetano. Mas fico surpresa com o sentimento que tenho por você, de quase-amor.

Chique, né? Sonhar com o Presidente. Mas ele é quem traz a esperança de deter a violência que o seu antecessor só fez estimular e premiar. Violência, armamentismo, intolerância, misoginia, homofobia e negacionismo. Essa é a herança desse homem que enganou a todos que votaram nele, acreditando no sujeito bonzinho e incorrupto, coisas que ele realmente não é. Pelo contrário. Ele é o desamor no poder. E o nosso Lulinha, o bom velhinho que veio nesse Natal, é, e sempre foi, Paz e Amor. Independentemente de ter sido caluniado, perseguido e traído até pelo próprio PT.

A Mentira -- que se apoderou das roupas da Verdade -- ainda corre livre e solta pelo nosso Brasil. Mas nós, a Turma do Bem, acabaremos predominando.

Esperança, paz e amor em nossas vidas, 2023! Não desisto nunca. E, por isso, apesar de qualquer dor, sou feliz.

Bom dia, meus amigos. Bom dia, vocês que pensam ser meus inimigos. Bom dia a todos os nossos irmãos sobre a Terra. ( inclusos aqui o nosso quase ex-presidente e a sua turminha de bobões intolerantes).

Bom dia!

 

Segunda-feira, 26 de dezembro de 2022 21h20

O DIA CHATO, SÃO SILVESTRE E A VELHA MESA.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano.


Dia chato. A semana do Natal foi muito boa, recebi amigos, presentes, carinho. Mas o dia hoje foi muito chato. Tempo enfarruscado, não fui caminhar (nem fotografar) no nosso maravilhoso jardim. Estou em férias, mas, se bobear, me pego trabalhando e preciso descansar para encarar 2023 com a esperança que merecemos, afinal.

Teoricamente, quero parar de fumar. Mas, na prática, não quero não. Estava tossindo (há décadas não tossia). Em vez de largar o cigarro, comprei um xarope.

Fiz minha bike, vendo um sensacional documentário na NetFlix, narrado pelo genial Morgan Freeman, sobre a interligação do Universo com tudo o que está vivo sobre o nosso Planeta. Gostei. Vivo dizendo isso: o Todo, minha gente, faz as pequenas chatices da vida perderem o sentido.

Acendo outro cigarro (estourei a cota!), tomo um whisky. Estou, na verdade, de ressaca emocional do Natal. Nem fiquei muito com o Philip e com a Elizabeth hoje. Tão lindos. Mas eles se bastam, às vezes saem da casinha e vêm para onde eu estiver. Hoje nem vieram. Eles sabem que a mamãe aqui está num dia chato demais.

Não liguei o som, não ouvi música, não assisti a BBC. Só vi, pelo canal Real, a mensagem do Charles III.

O dia está chato, porque eu estou chata hoje. Os passarinhos percebem e ficam na deles.

Ontem foi melhor. Editei um vídeo do nosso Natal. Fiquei contente.
Não tem jeito: me divirto assim, editando, escrevendo, trabalhando, enfim.

Claro que cumpri a rotina: faxina na casinha dos meus baby birds, Bike, musculação e alongamento. Cuidar da casa, de algumas plantas, lavar roupa, fazer meu almoço (macarrão sem molho e com dois ovos no micro-ondas), lavar a louça, essas coisas.
 


Sábado tem réveillon aqui na Janela e na Paulista. Hoje comecei a ouvir aquele barulhinho -- tlec-tlec- da montagem das grades de isolamento aí embaixo, na avenida, e pensei: Ah, vai ter festa esse ano, sim. Mas depois me lembrei que essa montagem talvez seja apenas para a Corrida de São Silvestre. Bom, vou olhar no Google pra saber se vai ou não ter festa na Paulista. (pausa...)

Vai ter sim. Com show da Fafá de Belém, inclusive e de outros artistas que a minha ignorância idosa desconhece. Menos mal. Fica muito bom aqui na Janela da Paulista, quando tem festa lá embaixo, na avenida.

É festa o dia todo. Começa com a corrida dos cadeirantes, das mulheres e, depois, dos homens. Logo cedo, não sei a hora exata. A avenida fica cheia de gente e de alegria.

E a tradicional Corrida de São Silvestre foi inventada em 1925, pelo jornalista Casper Líbero, cuja fundação (que inclui a faculdade, as rádios e a TV Gazeta) é nossa vizinha de prédio. Vai fazer 100 anos daqui a apenas dois. Da primeira, participaram apenas 48 atletas. Hoje, são milhares.

Silvestre foi Papa nos anos 300dc. Morreu, após 20 anos à frente da Igreja, como Pontífice. Foi no reinado de Constantino, o imperador romano que conseguiu pôr um fim à perseguição aos cristãos. Silvestre morreu em 31 de dezembro do ano de 335. Não sei o que deu na cabeça do Cásper Líbero para inventar esse evento, a corrida. Mas foi uma ótima invenção!

Se bem que eu sinceramente achava melhor quando era à noite, à meia-noite. A gente via aquela multidão se preparando para a largada, que era aqui, bem debaixo da nossa Janela da Paulista. Mas, creio que no final dos anos 1990, ou sei lá eu quando, passaram o evento para de dia, pra não atrapalhar o Réveillon.
(vou ilustrar esse texto com a foto do meu primo Joaquim Carlos Ruivo, em 1986, aqui na Janela, com o Caetano e com o irmão da Bete Mendes, depois deles dois -- Joaquim e Marcos Mendes -- terem participado da corrida). Nossos réveillons, quando passávamos aqui, eram sempre muito bons.

O último réveillon do Caetano foi em plena pandemia (2020-2021) e passamos só nós dois, aqui em casa, mas felizes como sempre. E sem, claro, festa.

De dentro do lindo porta retrato que ganhei do meu querido amigo Emerson, meu amor me sorri, aqui sobre a minha mesa de trabalho. É a foto do réveillon de 2014-2015, que, não sei porque, também passamos só nós dois. Uma foto tirada no jardim do prédio, por algum sensacional morador que não sei quem é (mas gostaria muito de saber). É a nossa foto mais querida pra mim. Está na capa do livro que escrevemos (Uma História de Amor e TV) e que lancei no último 16 de novembro.

Coloquei o porta-retrato sobre a minha mesa de trabalho. Essa mesa é legal. Foi escrivaninha no escritório do meu pai, mesmo antes de eu nascer, nos anos 1940. Depois, semi aposentada, virou a mesa onde ele fazia seus enormes aeromodelos (avós dos drones) na edícula da nossa casa antiga, onde também estavam muitas máquinas de imagens, filmes em 16mm e o meu laboratório de foto, muito antes de a gente sonhar com o digital...

Quando minha mãe se mudou para o nosso prédio, em 2003, eu pedi a mesa a ela. Mandei reformar, lixar, limpar, escurecer com extrato de nogueira, troquei os puxadores das gavetas... Já vai fazer 20 anos que essa mesa me alegra. É bem grande e os passarinhos, quando estou no computador, descem do meu ombro e ficam passeando por ela, a mesa... Tentam abrir a minha agenda de papel, roem os cabos da extensão USB, dos celulares, do globo terrestre iluminado e da lua que muda de cor. Isso quando não voam para a pequena árvore da felicidade que mantenho ao lado do monitor.

Enfim, a mesa alegra o dia chato.

É a vida. Um dia de sol, outro de nuvens.
Hoje, apenas chato.
Ainda bem que amanhã é outro dia.

Nossa, quanta abobrinha, Bel. Desculpem-me, meus amigos. Num dia chato até a inspiração vai embora.

Boa noite a todos e obrigada por seus ouvidos (olhos) atentos.
 


 

 

Domingo, 18 de dezembro de 2022

AMAR DE NOVO.
por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Mauro Caetano

Vivo cantando pros meus passarinhos as duas versões da canção Hi Lili Hi Lo, em português e em inglês. Já disse que troquei o versinho "o que passou, passou" por "o que passou, ficou" -- pois, sinceramente, acredito que tudo fica, nessa vida. E hoje troquei um verso da versão inglesa "tomorrow I'll probably love again" por
"from now on I will not love again".
Não vejo, sinceramente, como seria possível amar novamente, depois de ter vivido o grande amor que vivi.

Também já disse que o amor verdadeiro (True Love) existe sim. Eu sei, porque o vivi. Quem não teve esse privilégio, não acredita.

Revendo The Crown na Netflix, encontro três exemplos desse tipo de amor e dentro da família real, onde geralmente os casamentos acontecem por conveniência: Princesa Margaret e Peter Townsend (que se reencontram na velhice, depois de viverem vidas separadas, também por conveniência, e ainda se amavam); Rei Charles III e Camila (que acabam se casando, anos e anos depois de terem se casado com outras pessoas: ele com Diana e ela com Parker Bowles) e, claro, a Rainha Elizabeth II e o Príncipe Philip.

Meus periquitos australianos chamam-se Philip e Elizabeth em homenagem a eles.

No Brasil, já que estou falando em famílias reais, o exemplo vem de o Conde D'Eu e a Princesa Isabel. O Conde chegou ao nosso país para casar-se com a irmã de Isabel, mas ele e a princesa acabaram se apaixonando e pronto!

Então, gente querida, não tem jeito. Se você encontrar a sua alma gêmea, saiba que esse encontro é definitivo. Para essa e para outras vidas! Para sempre. E se a morte os separar, não se iluda: não será possível amar de novo.

Meus pais se amaram assim, por sessenta anos. Foram eles a minha inspiração para esperar pelo verdadeiro amor (que só encontrei quando já estava com 32 anos de idade) e não ir me casando com o primeiro bobo que aparecesse na minha vida (e a apareceram muitos...).

Por isso canto pros meus Philip I e Elizabeth III: " O que passou, ficou" e "From now on I will not love again".

É isso!

Hi Lili Hi Lili Hi Lo (high-low)
1952, Bronislau Kaper, and lyrics by Helen Deutsch.


A song of love is a sad song
Hi-lili, hi-lili, hi-lo
A song of love is a song of woe
Don't ask me how i know
A song of love is a sad song
For i have loved and it's so
I sit at the window and watch the rain
Hi-lili, hi-lili, hi-lo
Tomorrow, i'll probably love again
(From now on I’ll never be in love again)
Hi-lili, hi-lili, hi-lo

Hi Lili Hi Lili Hi Lo
2022, Versão por Isabel Fomm


Nos galhos passarinhos cantam
Sua canção de amor
E todos eu a escutar
Meu coração vai se quebrar,
com sua canção de amor.
Canção de amor é um só som
Hi Lili Hi Lili Hi Lo
Canção de amor é um só som

Só sabe quem amou
Canção de amor é um só som
Amei, por isso é que eu sei.
Na janela a chuva a se derramar
Hi Lili Hi Lili Hi Lo
Percebo que nunca mais vou amar.
Hil Lili Hil Lili Hi Lo
 

Hi Lili Hi Lili Hi Lo
1960, Versão por Haroldo Barbosa

Um passarinho me ensinou
Uma canção feliz
E quando solitário estou
Mais triste do que triste eu sou
Recordo que ele me ensinou
Uma canção que diz:
Eu levo a vida cantando
Hi Lili Hi Lili Hi Lo
Por isso sempre contente estou
O que passou, passou
(O que passou, ficou)
O mundo gira depressa
E nessas voltas eu vou
Cantando a canção tão feliz que diz
Hi Lili Hi Lili Hi Lo
Por isso é que sempre contente estou
Hi Lili Hi Lili Hi Lo
 

Quinta-feira, 15 de dezembro de 2022 – 12h40

Um Natal Mais Feliz
Por Isabel Fomm de Vasconcellos Caetano

Lula discursa na Associação de Catadores, aqui em São Paulo, e eu, vendo tudo pela TV, choro. Choro de alegria, pela volta, ao poder, da esperança e do amor.

Choro por esse país, que nos últimos 6 anos, teve por governantes os vencedores de golpes contra o amor, contra a tolerância, contra a ciência, contra a cultura e pelas armas, pela violência, pela estúpida e medieval ideia da superioridade dos que são brancos, dos que são ricos, dos que são (como eu também sou) privilegiados.

As diferenças entre esses poderosos e eu são exatamente a arrogância (que não tenho) e a convicção (que também não tenho) de sua própria superioridade. Não somos – por mais títulos acadêmicos e/ou riqueza e /ou poder que acumulemos – superiores a ninguém!

Nós, seres humanos, e mais tudo o que está vivo sobre o planeta, somos todos irmãos, somos todos iguais. A morte, em última instância, é quem nos iguala.

Somos irmãos de todos os seres humanos, sejam eles de que cor forem, seja qual for seu ideal político, sua convicção religiosa.

Somos irmãos das árvores que derrubamos sem piedade e sem consciência. Somos irmãos dos animais, vários dos quais à beira da extinção por nossa péssima e absurda administração dos recursos naturais.

Chega de violência, de intolerância, de ignorância, de negacionismo de tudo o que a humanidade nos legou por conhecimento e avanço científico e tecnológico.

Somos nada sem a História da Humanidade, sem reverenciar e sem reconhecer o quanto custou aos nossos antepassados chegar até aqui.

Pretos, orientais, indígenas, mulheres, homossexuais, muçulmanos, evangélicos, católicos, machistas, intolerantes, ignorantes, intelectuais, cientistas, artistas... seja o que formos nós, somos todos irmãos. E, enquanto não admitirmos a nossa irmandade e a nossa absoluta interdependência, continuaremos trabalhando para a Guerra.

Chega de guerra, de injustiça social, de desigualdade de oportunidades e de direitos.

Se pensarmos nos outros, todos, como nossos irmãos, teremos muito mais compreensão e amor para tocar a vida. E, acredite, a vida sem amor é apenas uma fedorenta merda que desemboca em desgraça, em agressão, em infelicidade.

Não viemos ao mundo para ser infelizes. Ao contrário. E tudo começa dentro de você, de seu coração, de sua consciência. Seja feliz. Você será feliz se – com a orgulhosa humildade de assumir a sua mortal condição – abraçar a todos, com amor, compreensão e tolerância.

Alguém já disse tudo isso, muito antes de mim. Alguém que nasceu há mais de 2 mil anos e, como todos os que lutam pelo amor, foi injustiçado, incompreendido e pregado numa cruz.

Desçamos nós todos da cruz que criamos, no dia a dia, para nós mesmos.

Tenham todos, meus queridos irmãos, um feliz natal!