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Obesidade e Fertilidade

por Dr. Artur Dzik

 

 

Bottero, Família

 

A obesidade é fator de risco para a ausência de ovulação na mulher e para a diminuição da qualidade e da produção do sêmen, no homem.

Pode se definir como de sobrepeso quem ultrapassa em pelo menos 20% o Índice de Massa Corporal ideal.* No Brasil estima-se que quase metade da população (49%) esteja acima do peso, segundo estudo do Ministério da Saúde, de abril de 2012, que classifica ainda como obesos (IMC de 30 a 40) 15,8% dos brasileiros, ou seja, cerca de 30 milhões de pessoas.

 

A condição de sobrepeso basta para expor o indivíduo a sérios riscos como o desenvolvimento de hipertensão, do diabetes e de problemas cardiológicos, além de outras complicações inclusive para a gravidez e o parto.

 

Antes disso, porém, a obesidade é fator de risco para a ausência de ovulação na mulher e para a diminuição da qualidade e da produção do sêmen, no homem.

 

Estudos mostram que a qualidade dos óvulos e dos embriões, em mulheres obesas, é inferior aquela encontrada em mulheres cujo IMC está dentro da normalidade. A obesidade modifica os ovários, influi no desenvolvimento dos óvulos e acaba reduzindo a fertilidade.

 

Já no homem, o alto índice de massa corporal reduz o nível de testosterona (hormônio masculino), aumenta o nível de estradiol (hormônio feminino) alterando a produção dos espermatozoides.

 

Sendo assim, a obesidade pode influenciar os resultados de uma fertilização in vitro (FIV ou “bebê de proveta”).

 

Outros estudos mostraram ainda que, comparados aos casais de peso normal, os casais em que um dos cônjuges é obeso ou os dois, apresentam uma menor taxa de resultados positivos nos tratamentos de reprodução assistida, tanto na ausência de gravidez quanto na perda fetal ou no óbito fetal.

 

Mas, apesar de tudo isso, é preciso também ter em mente que a obesidade não é um obstáculo para a gravidez.

(* Cálculo do IMC: peso/altura ao quadrado – normal= 22 a 25 por resultado)