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DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (DST),

antigamente chamadas Doenças Venéreas, por causa da deusa Vênus -

 

PARTE 1

por

DRA. ALBERTINA DUARTE

 

Tintoretto, Vênus e Marte

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ponha em prática — e isso é válido para os homens também —,

as seguintes medidas preventivas:

 

•        evite o sexo com pessoas desconhecidas;

 

•        use preservativo, a “camisinha” (masculina ou feminina), durante o ato sexual: isso é imprescindível;

 

•        lave a região genital com água e sabonete após a relação sexual, se você não sabe muito sobre a vida sexual do parceiro; se ele estiver contaminado por alguma doença, o banho reduz a quantidade de germes inoculados no organismo diminuindo o risco de contaminação;

 

•        não use toalhas ou roupas íntimas de outras pessoas.

 

Adote proteções extras porque, como várias das DST, hepatite B e Aids podem ser transmitidas pelo sangue:

•        use seringas descartáveis;

 

•        exija do dentista, do acupunturista ou do tatuador a esterilização dos materiais;

 

•        faça autotransfusão se for se submeter a cirurgia com data marcada;

 

•        vacine-se contra hepatite B, se ainda não a contraiu;

 

•        tome banho diário com água e sabonete, de preferência neutro. A limpeza adequada ajuda a manter as defesas genitais em ordem, reduzindo a possibilidade de germes patogênicos se instalarem;

 

•        visite o ginecologista uma vez por ano, no mínimo; a medida permite detectar distúrbios cujos sintomas ainda não estão bem caracterizados;

 

•        faça um autoexame de seu corpo, inclusive dos genitais, uma vez por mês, para verificar se está tudo bem.

 

A propósito: que tal examinar-se agora mesmo, depois de ler com atenção o quadro das DST? Se tudo estiver bem, ótimo; repita o autoexame no próximo mês. Mas, se houver alguma anormalidade, não perca tempo. Vá logo a seu médico. Você estará protegendo sua saúde e a das pessoas que ama.

 

 

 

 

Todas as pessoas podem contrair doenças sexualmente transmissíveis — DST, inclusive a Aids, se mantiverem relações com alguém contaminado. E todas essas DST, antigamente chamadas venéreas, podem ser evitadas, desde que se adotem algumas medidas preventivas no dia- a-dia. Estima-se que a cada dez segundos alguém contrai uma delas. Um dos motivos é que as DST não se limitam mais às doenças venéreas clássicas: sífilis, gonorreia, cancro mole, lingofranuloma venéreo e granuloma inguinal. Especialistas já anexaram à lista pelo menos 22 outras, que têm no contato sexual uma de suas formas de contágio, mesmo que apenas eventual.

 

Outra causa da propagação das DST é que elas deixaram de relacionar-se com a prostituição, como ocorria até a década de 50, quando eram mais frequentes em homens na faixa dos 20 aos 30 anos. Atualmente, são comuns em todas as pessoas do mundo, afetando indivíduos de ambos os sexos e de qualquer classe social ou região geográfica.

Na realidade, a existência de métodos anticoncepcionais mais seguros, a revolução sexual da mulher, a atividade sexual mais precoce, a troca frequente de parceiros, contribuíram para a disseminação das DST, aumentando as possibilidades de contágio.

 

A melhor forma de evitar uma DST/Aids é a prevenção. Prevenir significa reduzir o número de parceiros e usar preservativo em todas as relações sexuais. Uma boa higiene dos órgãos genitais antes e depois destas relações é de grande importância, assim como fazer exames médicos periódicos, como o preventivo do câncer ginecológico, pelo menos uma vez por ano para todas as mulheres. Por isso, como medida preventiva e também para ter condições de fazer um auto-exame adequado de seu corpo, incluindo os genitais, você deve conhecer todos os sintomas das DST.

Deve-se estar atenta a corrimentos próprios ou do parceiro, que apresentem cor amarelada, esverdeada, branca e que tenham um cheiro desagradável. Ferida, coceira, verrugas, do- res na relação sexual e para urinar também são indícios importantes de que pode existir alguma DST. Diante desses sintomas, o mais importante é procurar imediatamente a orientação de um profissional de saúde. Não sinta vergonha ou medo. Quanto antes for diagnosticada e tratada a doença, menores serão os riscos para você e seu parceiro. E aqui atenção: caso constate alguma anormalidade, não fique esperando que esta sare sozinha. Também não use remédios por conta própria, repito, nem corra à farmácia mais próxima para pedir ajuda ao balconista, muito menos tome aquela droga que sua amiga indicou. Veja o porquê nos tópicos seguintes:

 

•        o problema talvez não exija medicação e você estará se intoxicando à toa;

•        a automedicação é sempre nociva, inclusive nas DST, porque muitas têm sintomas parecidos, sendo facilmente confundidas por quem não é especialista. Portanto, há o risco de tomar o remédio errado;

•        mesmo que a medicação esteja correta, há a possibilidade de você tomá-la ou aplicá-la por tempo incorreto, não se curando e facilitando a reincidência;

•        no caso específico dos antibióticos, há ainda perigo de germes tornarem-se resistentes ao medicamento, dificultando a cura posterior;

•        eventualmente, há outras infecções associadas, que também necessitam de cuidados especiais;

•        alguns dos remédios utilizados para combater estas doenças sexuais têm revelado potencial tóxico, devendo sua utilização ter rigoroso acompanhamento médico; e

•        a automedicação retarda a procura a um médico e, consequentemente, a aplicação do tratamento adequado. Assim, aumentam as possibilidades de complicações, com sequelas irreversíveis.

O que fazer, então? Bem, ao notar a presença dos sintomas de alguma moléstia de contato sexual, tome as medidas que vêm a seguir:

•        interrompa de imediato qualquer contato sexual para evitar a contaminação do parceiro, caso ele ainda não esteja infectado. Se possível, explique o que está acontecendo; e

•        procure seu ginecologista ou especialista em doenças infecciosas o mais rápido possível. Em determinados casos, apenas o exame clínico (a observação do problema pelo médico) é suficiente para o diagnóstico. Em geral, porém, é necessário complementá-lo com exames laboratoriais específicos, para uma avaliação mais precisa e detecção de outras infecções.

 

Caso os resultados confirmem as suspeitas, antes de qualquer coisa, não se alarme: a quase totalidade das DST é 100% curável quando é detectada no início e tratada de modo adequado. Em seguida, comunique o diagnóstico a seu parceiro e oriente-o a procurar um urologista ou especialista em moléstias infecciosas — é uma obrigação moral.

Como essas doenças são de fácil contágio, é possível que o parceiro esteja contaminado, necessitando também de tratamento, às vezes simultâneo. Se ele não se tratar, pode reinfectar você.

Aliás, toda essa conduta, como sempre venho dizendo, deve ser adotada no caso de descobrir algum corrimento, caroço, feridinha, verruga ou outra anormalidade nas regiões genitais, sua ou de seu companheiro. Embora às vezes isso crie situações embaraçosas, é melhor para ambos preservarem a saúde do casal.

 

O tratamento varia conforme a DST, em geral, é igual para homens e mulheres. Por exemplo: a gonorreia, a inflamação da uretra por clamídia ou das paredes da vagina (vaginite) pela bactéria Gardenerella vaginalis são curadas com antibióticos adequados. As verrugas genitais, por sua vez, têm destruição garantida com substâncias químicas, calor e congelamento; excepcionalmente, quando há crescimento exagerado da lesão, é indicada cirurgia. Já o vírus do molusco contagioso pode ser eliminado por congelamento, curetagem ou raspagem, eletrodissecação e por substâncias secantes da epiderme.

Em compensação não há remédios eficazes para combater as hepatites A e B. Ainda hoje, para estas moléstias, o melhor tratamento é repouso absoluto, dieta sem gorduras nem doces e medicamentos para aliviar os sintomas.

Independente de doenças, qualquer tratamento estabelecido deve ser seguido direitinho, mesmo que os sintomas tenham desaparecido antes de terminá-lo. O retorno posterior ao médico também é obrigatório; a finalidade é verificar se o agente causador está mesmo sob controle. E somente depois de assegurada a cura é que se deve voltar à atividade sexual.