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Portugal, os Antonios e eu

por Isabel  Fomm de Vasconcellos

 

 

 

 

Leda e Antonio Costella

 

 

Antonio Andrade Albuquerque

(Dick Haskins)

 

 

 

Minha vida, de repente, está repleta de referências à Portugal. Tirando os amigos que tenho naquele país (o jornalista Carlos Leite Ribeiro, que publicou lá o meu segundo livro, Histórias de Mulher), a minha flor Norma Portal e o meu mais recente e genial amigo, o escritor António Andrade Albuquerque (Dick Haskins), cuja página no meu site muito me orgulha; ainda o meu ex diretor de imagem da Rede Mulher me trouxe um galinho português e algumas lusitanas lembranças de sua recente viagem pela Europa e o meu ex diretor na Rádio Tupi tem profundos laços com Portugal, trabalhou lá e lá tem também um apartamento. Assim, a minha vida, de repente, se encheu de Antônios (ou Antónios) e de Portugal...

 

Além do António escritor português, o Antônio Costella, também escritor e nosso amigo há mais de 20 anos, tem estado mais próximo de mim através das críticas generosas que tem feito ao meu trabalho literário e vai escrever o prefácio de um dos meus livros.

 

Nossa casa tem pratos de parede, quadros, toalhas e muito mais, tudo vindo de Portugal, de um jeito ou de outro, recentemente ou há muitas décadas, talvez mais de um século. Tenho raízes maternas em Portugal. Minha avó Amélia Gonçalves (depois, de Almeida) nasceu na Ilha da Madeira e veio para o Brasil ainda jovem, com toda a sua família, que se instalou numa fazenda em Juiz de Fora, Minas Gerais. Criei Maria Júlia – personagem principal do meu livro “O Espelho ou a História Invisível” – baseando-me na trajetória da minha avó portuguesa.

 

No dia 13 de junho deste ano, escrevi, nas minhas memórias, a história do quadro de Santo Antônio que acompanhou todas as cabeceiras de todas as camas da minha mãe, desde os seus 16 anos até sua morte, aos 95, e que agora está pendurado na nossa parede aqui em casa. Minha mãe prometera isso ao Santo, se ele a ajudasse a conseguir casar com meu pai. No meu texto, aproveitei para agradecer também ao Santo, pelo meu amor, com quem vivo há 30 anos, Mauro Caetano (que, de português não tem nada, mas nasceu ali pertinho...).

 

O meu grande amigo, aquele que é acima de tudo um irmão que a vida me deu (o conheci aos 13 anos de idade, ele era professor de religião no Alberto Conte), também se chama Antonio, Antônio Carvalho de Nascimento e eu (mas só eu) o chamo de Tom, como meu compositor brasileiro predileto, Tom Jobim, Antônio Carlos Brasileiro Jobim.

 

Diante de tanto Antonio e tanto Portugal, acho que vou até o quadro do Santo (que é, aliás o padroeiro da cidade de Lisboa), também eu, fazer uma promessa. Vou pedir a ele que faça com que, finalmente, eu seja uma escritora lida, aqui e/ou em Portugal. Mas que eu seja lida, que meus livros vendam e as pessoas encontrem neles o prazer da leitura (indescritível prazer!) que eu encontrei e encontro em tantos autores. Não depois da minha morte (efeito Van Gogh), mas ainda nesta vida.

No meu som, Mariza canta seus fados. 

 

veja também:

página do escritor Antonio Andrade Albuquerque  e/ou o meu texto Milagres do Antônio