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Desencanto Político na TV

por Isabel Fomm de Vasconcellos

Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo  nasceu no Recife, a 19 de agosto de 1849 e morreu em Washington, a17 de janeiro de 1910 Político, diplomata, historiador, jurista e jornalista e também foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

 

Abolicionista convicto.

 

Viveu um tórrido caso de amor com Eufrásia Teixeira Leite, milionária brasileira que se radicou na Europa para poder administrar seus bens, sem interferência dos homens da família. Ele se amaram desde que se conheceram, aos 12 anos de idade, mas ela nunca quis casar-se com ele.

 "Minha Formação" é sua obra de memórias, onde, educado por uma família escravocrata,  opta pela luta em favor dos escravos.

 

 

Serão todos tão ruins?

 

As eleições, de 2012, para prefeito aqui em São Paulo poderiam ser, na TV, um espetáculo emocionante. Afinal, três candidatos embolados, quase empatados, sendo que um deles liderava com folga e recuou; um outro que começou pontuando nada e só subiu, subiu, subiu... Tudo isso é um prato cheio para os comentaristas políticos.

 

No entanto, diferentemente do que acontecia nas eleições das duas últimas décadas, de 1985 (a primeira pós ditadura) até 2005 eu diria, havia acirrados debates entre os jornalistas especializados, comentaristas e políticos convidados, em mesas redondas nas diversas emissoras de TV. Mesmo em eleições mornas, como aquelas em que todo mundo sabia qual seria o resultado.

 

Não é absolutamente o caso das eleições 2012.

 

Embora haja emoção de sobra, não apenas no cenário das eleições municipais em São Paulo, mas também em Palmas, Belém, Curitiba, Recife, Salvador... o canal pago Globonews está, o dia todo, numa maratona de cobertura e discussão das eleições municipais. As TVs abertas se restringem a, no máximo, boletins por entre a programação normal.

 

Desavisadamente poderíamos pensar: “O Povo está cada vez mais alienado”, por isso não se interessa em comentar e discutir as urnas, assim as TVs oferecem apenas a programação normal.

 

A segunda parte é verdade. Há pouco interesse. Mas não por alienação. Por desencanto. Temos no mínimo duas gerações de brasileiros criados dentro da descrença aos políticos. Política virou sinônimo de malandragem pra muita gente, muita gente mesmo.

 

Só espero que a turma do mensalão não acabe como acabaram os – alguém se lembra? – anões do orçamento. Só espero que realmente esteja começando um movimento para afastar os fichas sujas e espero ainda estar viva para ver o Brasil vivendo a democracia e a recuperação da verdadeira arte da política.

 

Como queria Joaquim Nabuco (foto) que possamos viver não apenas as lutas partidárias, mas “aquela política que é História”.